Tendência é popularização de tecnologia

O gerente de engenharia da Ford, Klauss Mello, reconhece que o custo das novas tecnologias é alto, mas ressalta que, ao longo do tempo, a tendência é de popularização gradual. “A indústria sempre vai atrás de escala de produção, que reduz custo e torna a tecnologia mais acessível”, afirma José Edson Parro, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA).

Parro ressalta que as montadoras globais também estão deslocando os centros de engenharia para vários países de modo a descentralizar o desenvolvimento de tecnologias que atendam aos mercados locais.

Antes, diz ele, o centro da General Motors funcionava em Detroit, o da Volkswagen na Alemanha e o da Toyota no Japão. “Agora, várias delas já espalharam seus centros, até mesmo no Brasil.”

Além das montadoras, os sistemistas – fabricantes de autopeças que entregam conjuntos de componentes completos às linhas de montagem – trabalham em parceria no desenvolvimento dos novos projetos.

O novo Volkswagen Passat, que chega da Alemanha por R$ 100 mil a R$ 176 mil, é equipado com a segunda geração do “Park Assist” (assistência de estacionamento), que traz como novidade o auxílio nas manobras em vagas perpendiculares. Antes, o sistema funcionava apenas em vagas retas.

O automóvel recebe pontos eletrônicos em várias partes. Eles medem a distância dos obstáculos e o computador de bordo dá as coordenadas, indicando ao motorista para acelerar ou frear o carro. O volante é conduzido automaticamente, sem intervenção do condutor.

Pneu com chip. Os pneus também estão recebendo avanços tecnológicos. A Goodyear oferece para os caminhões equipamentos com chip interno que medem a temperatura e a pressão, assim como desgaste e durabilidade. As informações armazenadas no sensor são transmitidas via GPS para uma central de controle, normalmente mantida pelo frotista.

“O software ajuda a identificar o desempenho e duração do pneu e o momento da troca”, afirma o diretor de tecnologia da Goodyear, Sergio Camargo. A tecnologia foi adaptada dos pneus de carros de corrida e em breve será usada para automóveis de passeio.

Os fabricantes também acompanham as montadoras no desenvolvimento dos chamados carros verdes, mais econômicos e menos poluentes. A Goodyear trabalha em produtos feitos com matérias-primas renováveis como amido de milho.

Outra alternativa é o uso de rolamentos de baixa resistência, que reduzem o consumo em até 5%. O produto estará disponível em modelos como Gol, Palio e Celta no início de 2011.



Autor: O Estado de S.Paulo