Chineses acirram briga por R$ 6 bi de Belo Monte

Propostas agressivas de fornecedores chineses movimentam os bastidores do leilão de Belo Monte

Propostas agressivas de fornecedores chineses movimentam os bastidores do leilão de Belo Monte. Com custos muito baixos, até 30% ou 40% inferiores aos dos tradicionais fabricantes europeus, os chineses estão de olho em contratos de fornecimento de turbinas e equipamentos para nova usina, que podem somar R$ 6 bilhões. Eles ameaçam a hegemonia das europeias Alstom, Voith e Andritz. Entre os concorrentes chineses estão a Dongfang, que vai estrear no mercado brasileiro com turbinas para a hidrelétrica de Jirau, e a Harbin, que está se associando à companhia argentina Impsa.

Em termos de preço, os europeus sabem que não podem competir com os chineses. Mas jogam com o fato de possuir fábricas e gerar empregos no Brasil. Os chineses também não terão financiamento do BNDES, mas certamente encontrarão crédito em seu país. “A pressão sobre os fornecedores está muito forte”, diz o diretor de energia da Alstom, Marcos Costa, em função da tarifa proposta pelo governo federal, considerada baixa.

Na semana passada, foram entregues as propostas dos fornecedores para as construtoras Andrade Gutierrez e também Camargo Corrêa e Odebrecht, que se uniram para disputar o leilão – o outro consórcio reúne Andrade, Vale, Votorantim e Neoenergia. A GDF Suez, que poderia formar um terceiro grupo para disputar a usina, chegou a fazer cotação das turbinas e equipamentos, mas ainda não pediu propostas firmes.

“É absolutamente estratégico ganhar Belo Monte”, diz o diretor da Alstom. A empresa, que foi líder no consórcio fornecedor para as usinas de Jirau e Santo Antônio, ampliou suas instalações em Taubaté (SP) pensando em Belo Monte e construiu uma fábrica que vai inaugurar na próxima semana em Porto Velho (RO), em parceria com a Bardella.

Autor: Valor Econômico