O estado do Pará foi sede, este ano, do Fórum Mundial de Bioeconomia. O evento aconteceu ao vivo de Belém, e foi uma decisão estratégica, diz o finlandês Jukka Kantola, fundador do Fórum. “Acreditamos que não existe uma bioeconomia adequada para todos. Em vez disso, existem várias bioeconomias diferentes com base em seus próprios pontos fortes e vantagens. Esse é também o motivo pelo qual escolhemos organizar futuros eventos do fórum em vários locais ao redor do mundo.”
O Fórum Mundial de Bioeconomia, que tem como patrocinadores Fundo JBS pela Amazônia, Suzano, Marfrig, Agropalma, Banpará e Cargill, é uma plataforma de diálogo para as partes interessadas compartilharem seus conhecimentos sobre o tema e aprenderem juntas, umas com as outras.
“Além disso, todos nós sabemos a importância da poderosa Amazônia para o mundo e seu futuro. O Fórum deste ano em Belém, bem na porta de entrada para a Amazônia, foi o local perfeito. Ao levar o Fórum para Belém, apresentamos o local como um hotspot da bioeconomia”, afirma Kantola.
O Pará reúne 20% da biodiversidade do planeta, com mais de 40.000 espécies de plantas e mais de 3.000 peixes.
Kantola comenta que existe uma meta conjunta de avançar na bioeconomia e o Pará havia demonstrado seu interesse em evoluir a bioeconomia no Brasil. “Assim, com o Pará, a motivação para avançar no desenvolvimento da bioeconomia com a rede global do Fórum foi simplesmente a combinação perfeita”, diz. “Agora, como resultado do Fórum, vemos a primeira estratégia de bioeconomia publicada no Brasil (capitaneada pelo estado do Pará).”
Principais avanços
Alguns dos pontos mais importantes do Fórum deste ano é que foi possível ver, claramente, que existem vários desenvolvimentos de novas cadeias de valor de base biológica. “Ouvimos, por exemplo, sobre o mais recente desenvolvimento de fibras têxteis de base biológica, que se provou ser um setor em rápido crescimento”, diz Kantola.
Ele também observou um interesse crescente do mercado financeiro global em
explorar investimentos de base biológica. “O Fórum também atua como um excelente local para investidores e interessados em ouvir sobre os últimos desenvolvimentos dentro da bioeconomia”, pontua.
Baixas emissões na região amazônica
Para se ter uma bioeconomia eficiente, diz o especialista, deve haver um esforço conjunto de todas as partes. “É por isso que todo o nosso programa é baseado em uma estrutura equilibrada de quatro pilares, onde estamos adotando partes interessadas da bioeconomia para encontrar soluções versáteis e adequadas para os desafios que a humanidade está enfrentando”, afirma.
Ele ressalta, ainda, que a bioeconomia é uma ferramenta essencial para mitigar as mudanças climáticas. Um bom exemplo, diz, é a atenção que o setor de bioeconomia dá para soluções de base biológica em substituição a soluções de base fóssil. “Essa importante área da bioeconomia inclui o diálogo entre as diferentes partes, seja o público ou o setor privado.”