Pesquisa feita no Instituto de Energia e Ambiente (IEE), em parceria com o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), ambos da USP, desmistifica a ideia de que a energia eólica possa ser gerada apenas por turbinas gigantes instaladas em áreas abertas, onde os ventos são constantes e unilaterais. O estudo mostrou que os ventos que incidem em centros urbanos, em meio aos prédios, também podem ser fontes de energia limpa e renovável. Essa foi a conclusão de uma dissertação de mestrado cuja proposta foi avaliar o potencial eólico de instalação de aerogeradores de pequeno porte (APPs) em um edifício localizado na região central de São Paulo, onde as condições do vento são instáveis, turbulentas e de baixa velocidade devido à presença de obstáculos.
“No Brasil, a produção de energia eólica vem se expandindo cada vez mais, porém, o crescimento ainda é bastante limitado, principalmente a produção em pequena escala, voltada para os centros urbanos, em sistemas eólicos on-grid – conectados diretamente à rede elétrica”, explica ao Jornal da USP o engenheiro elétrico e autor da pesquisa, Leonardo Alberto Hussni Silva. A falta de dados confiáveis sobre a dinâmica dos ventos nas cidades que pudessem demonstrar a previsibilidade de fontes eólicas em topos de edifícios levou Hussni, mestrando do IEE, ao desenvolvimento do estudo.