O anseio de desbravar o universo faz o mundo avançar. Tal qual na década de 1960, a corrida espacial está a todo vapor, ou melhor, a toda água. No Reino Unido, a empresa de tecnologia Blue Abyss anunciou que irá construir a maior e mais profunda piscina do mundo, apelidada de Abismo azul. As dimensões impressionam. A obra será instalada na cidade de Cornwall, sudoeste da Inglaterra, e terá 50 metros de profundidade e 40 metros de largura. Mais de 42 milhões de litros de água encherão a piscina, quantidade equivalente a 17 piscinas olímpicas ou 168 milhões de xícaras de chá, diz a empresa.
Um dos idealizadores do projeto, Tim Peake, primeiro astronauta britânico a viajar para o espaço, reforça que por mais avançada que seja a tecnologia, não há locais apropriados que simulem as condições climáticas do espaço. Assim sendo, baseados em sua expertise e em diversos estudos, os projetistas desenharam a Blue Abyss para simular “ambientes extremos” e se tornar o primeiro centro de treinamento para astronautas do mundo. “Ela ampliará nosso conhecimento de como os humanos e a tecnologia podem funcionar em ambientes extremos”, disse, via comunicado. Entre as inovações do aparelho multifunções estão recursos de tecnologia subaquática e robótica aeroespacial, como uma suíte de microgravidade. Orçada em aproximadamente £150 milhões (R$ 1,1 bilhão), a instalação irá abrir em 2023.
Olhos no futuro
Segundo o engenheiro Rafael Timerman, diretor do Instituto de Engenharia, em São Paulo, “a engenharia da piscina está inteiramente ligada à corrida espacial e o desenvolvimento de novas tecnologias”. Já Thomaz Yves, engenheiro civil e especialista em engenharia moderna, destaca que “construções como a super piscina são grandes marcos para o avanço da engenharia, que vive uma constante revolução”. É esperado que a obra crie mais de 160 empregos e movimente £ 8 milhões (R$ 56 milhões) por ano no Reino Unido.