A Academia Nacional de Engenharia (ANE) elegeu em dezembro passado os seis novos membros que passam a integrar a entidade em 2020. O professor Wilson Vicente Ruggiero, do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica (Poli) da USP está entre os escolhidos.
A ANE tem cerca de 200 membros em todo o País, entre pesquisadores e profissionais. Foi fundada em 1991 com o intuito de promover o debate, a reflexão, a disseminação e a proposição de ideias e políticas relacionadas à formação de engenheiros, tecnologia, inovação e as relações da área com a ciência.
Com graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Poli, Ruggiero tem experiência também na área de engenharia da computação. Atualmente, é diretor do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc).
Em 1971, o professor trabalhou no projeto do primeiro computador nacional, o “patinho feio”, um marco do desenvolvimento da indústria digital brasileira.
Na época, foi criado um grupo de trabalho especial que deveria criar um projeto de desenvolvimento e construção de um protótipo de computador eletrônico para emprego em operações navais. Uma equipe da Unicamp também estava realizando o trabalho, afirmando que iria fazer um “Cisne branco”, em referência ao hino da Marinha do Brasil.
O professor Ruggiero foi responsável pela parte do sistema de entrada e saída do computador, desenvolvendo desde a arquitetura destas duas partes até o modelo de programação, a especificação, o projeto lógico e elétrico e a implementação dos componentes de hardware.Com um objetivo mais modesto, o grupo de alunos, engenheiros e professores que faziam parte da equipe da Escola Politécnica decidiu fazer um “patinho feio”. E deu certo. O computador foi concluído em 1972, depois de ser praticamente criado do zero, como conta a professora Edith Ranzini que participou do feito.
Além do professor Wilson Vicente Ruggiero, foram eleitos membros da Academia Nacional de Engenharia: Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho, professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Humberto Moraes Ruivo, diretor da Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade da Marinha; Mario Campos, professor e pró-reitor de Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais; Paulo César Pellanda, professor do Instituto Militar de Engenharia; e Sergio Leal Braga, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de janeiro e diretor do Instituto Tecnológico.
Fonte Jornal da USP