Bons ventos trazem boas notícias. A energia eólica já abastece cerca de 22 milhões de residências por mês no Brasil, com algo em torno de 13 GW de capacidade instalada. São mais de 520 parques eólicos no país, 80% deles na região nordeste.
Os dados divulgados em junho pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) indicam que, no ano que vem, a energia produzida a partir da força do vento deve ser a segunda maior fonte brasileira – 8,5% -, ficando atrás somente da hidrelétrica e superando a produção conjunta das termelétricas e usinas de biomassa.
Em 2017, houve um crescimento no setor eólico de 26,2%, em comparação ao ano anterior, e investimento de R$ 11,4 bilhões. Isso representou que 67 milhões de pessoas receberam em suas casas energia limpa e sustentável. Cálculos da associação apontam que o total de emissões evitadas pela produção eólica foi de 20,97 milhões de toneladas de CO2, o equivalente à emissão anual de cerca de 16 milhões de automóveis – pouco menos do que a frota total de veículos do estado de São Paulo.
O pico da geração eólica acontece entre os meses de agosto e setembro, chamado de “safra dos ventos”. Nesta época, 10% da matriz energética do país é abastecida por turbinas eólicas. Já no Nordeste, ela representa 70% da geração neste período.
“No Brasil, a energia eólica é uma fonte consolidada, com uma indústria 80% nacionalizada e com ótimas perspectivas de crescimento e investimento. No início deste ano, o país subiu mais uma posição no Ranking Mundial do GWEC (Global Wind Energy Council) chegando à oitava posição. Em 2012, estávamos na 15º posição”, revela Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica.
De acordo com a entidade, até 2023, serão instalados mais 4,7 GW e construídos 200 novos parques eólicos, levando o setor à marca de 17,8 GW, considerando apenas leilões já realizados e contratos firmados no mercado livre. Com novos leilões, este número poderá ser maior.
Segundo a ABEEólica, o potencial brasileiro é imenso e sua capacidade pode ser triplicada nos próximos anos. O que até então era considerado um mercado “alternativo”, hoje se mostra como um dos grandes investimentos em energia de diversos países.