SOBRE O CANCELAMENTO:

ESTÁDIOS NA METRÓPOLE – SP

Poucas vezes no Brasil se praticou o lema “prever para prover”, ensinado pelo ex -presidente do Instituto de Engenharia (1929 a 1930), Prof. Dr. Engenheiro, Arquiteto e Urbanista Luiz Inácio de Anhaia Mello, que inclusive por dois pequenos períodos, na década de 30, foi prefeito da Cidade.
Nesta linha de pensamento o Instituto de Engenharia procurou os responsáveis pelos empreendimentos anunciados de Estádios/Arenas que se propunham como aptos a receber os eventos da COPA 2014 deixando legados úteis a sociedade, após este momento de congraçamento esportivo mundial. 

A Região Metropolitana de São Paulo tem necessidade de equipamentos urbanos que possam promover eventos, seja esportivo, de lazer ou de negócios, com capacidade para receber, simultaneamente, grande volume de participantes. As arenas existentes já estão saturadas, portanto insuficientes a uma região que já atinge mais de 25 milhões de habitantes, se considerarmos a Região Macrometropolitana. 

Para os próximos anos magnos eventos acontecerão na cidade de São Paulo, todos de repercussão internacional alguns já definidos e outros nas pretensões, dos quais destacamos: 

– 2012 – Copa Sul-Americana de Futebol;
– 2013 – Copa das Confederações;
– 2014 – Copa do Mundial de Futebol, quando São Paulo será uma das suas sedes;
– 2016 – Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, entretanto as partidas de futebol serão disputadas em São Paulo;
– 2020 – Pretensão de sediar a Feira Mundial – evento com seis meses de duração que atrai empresários nacionais e internacionais; e
– 2022 – Bicentenário da República. 

De uma forma geral esses eventos se enquadram como logística urbana. 

A sociedade civil mobilizada pelo Instituto de Engenharia gostaria de saber, destes empreendedores:
Como solucionar os problemas urbanos? Como vencer os problemas de acesso e mobilidade urbana? Como preservar o Patrimônio Histórico e melhorar o centro já totalmente degradado? Como será usada a infraestrutura legada por esses eventos? Quem financiará todas as despesas? Quais as vantagens para região? Quais as consequências? Qual o raio de abrangência dessa realização e de seu uso? 

Depois de muitos contatos e aceitação do nosso convite pela maior parte dos empreenderes, mantêm-se compromissado com a sua presença unicamente os representantes da proposição da modernização do Estádio do Pacaembu, convictos e com segurança pelos seus estudos. Os demais empreendedor por seus motivos específicos recuaram da apresentação de seus projetos: Morumbi – São Paulo Futebol Clube – e o da Arena Palestra – Sociedade Esportiva Palmeiras. Por parte do Estádio de Itaquera, Sport Club Corinthians Paulista, sequer foi possível algum contato, somente recebemos recados – indiretos – que o escopo do evento não havia ainda sido estudado pelo projeto e que teriam segurança de apresentar no futuro os desenhos após a execução das obras (as built). 

Pelos fatos optamos em apresentar neste site do Instituto de Engenharia um vídeo franqueado pelos representantes do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho – Pacaembu – onde é possível conhecer os princípios da boa intervenção proposta para a modernização deste centro de lazer que faz parte da historia da Cidade de São Paulo e do futebol Brasileiro. 

E confessar que apesar dos esforços do grupo de organização das apresentações, por mim coordenado, lamentamos não ter tido a competência de poder debater de forma ampla e técnica estas hipóteses de intervenção na metrópole, que poderia até vir a ser uma nova forma de se discutir as melhorais das infraestruturas tão necessárias à qualidade de vida. 

Fica, portanto concluído de forma infrutífera este esforço nos obrigando cancelar o evento “Estádios na Metrópole – SP” 

Sem prever nada se pode prover, precisamos apreender a praticar o Gerenciamento do Antes. 

São Paulo 16 de maio de 2011.
Engº Luiz Célio Bottura