As máquinas funcionam como coletoras de garrafas PET e latinhas de alumínio e creditam pontos para cada uma delas (10 para PETs e 15 para latinhas) a uma conta que os usuários devem criar pela internet. Os pontos podem ser trocados por descontos na conta de luz, pontos no programa fidelidade da livraria Saraiva ou créditos no Bilhete Único. Mas já existem negociações oferecer descontos em outros serviços como gás, luz e até créditos no celular pré-pago. O cadastro e acompanhamento do saldo de pontos pode ser feito na própria máquina, no site ou em um aplicativo para celular.
Pelo sistema de pontuação atual, cada garrafa PET vale 10 pontos e cada latinha vale 15. Assim, para conseguir os 3,50 reais de uma passagem, são necessárias 100 garrafas ou 67 latinhas. Já na Eletropaulo, cada 100 pontos equivalem a um desconto de 27 centavos na conta. Parece pouco, mas na verdade, cada embalagem acaba valendo mais assim do que se fosse vendida separadamente para empresas de reciclagem. De qualquer forma, ainda é possível doar a pontuação acumulada para duas ONGs.
A ideia da empresa veio de três amigos de infância que queriam empreender em algo que tivesse ligado à sustentabilidade. “Com esse projeto, nós queremos criar uma conscientização na população para a reciclagem e dar um destino adequado ao recicláveis”, diz Felipe Cury, de 25 anos, um dos fundadores da empresa.
Para usar a máquina, é necessário que as embalagens estejam com os códigos de barras. “Porque assim conseguimos mapear a cadeia de produção e distribuição”, explica Felipe.
A primeira Retorna Machine foi instalada em setembro, no Metro da Sé, e hoje já há mais de 4 500 usuários cadastrados. Um deles, que usa a máquina toda semana, já resgatou 12 reais em passagens de ônibus. As outras quatro estão no Shopping Santa Cruz, no Emporium São Paulo, no Shopping Butantã e no Terminal Tietê. Mais 15 máquinas devem ser instaladas até março do ano que vem. Na China, já há mais de 1 400 máquinas do tipo, subsidiadas pelo governo.
“Nas segundas-feiras sempre temos mais recolhimento, porque as pessoas começaram a guardar embalagens no final de semana, em vez de jogar no lixo, para trocar por pontuação”, diz Felipe. Até agora, quase 44 000 embalagens já foram recolhidas. Um percentual delas é doado para a cooperativa Vira-Latas, de catadores e outra parte vai para a Recicla BR, a maior empresa de reciclagem do Brasil. Para as empresas, como a Eletropaulo, por exemplo, é interessante participar do projeto porque ele entra em seu relatório de sustentabilidade.
Hoje, as máquinas só recebem latas e garrafas mesmo mas, em um futuro próximo, a empresa quer passar a recolher também potes de cosméticos e margarinas e embalagens de outros produtos. Há também a ideia de instalar as máquinas de recolhimento em pontos de venda do varejo. “Colocamos nos metrôs por causa do alto fluxo de pessoas, mas os preços dos aluguéis são muito altos, o que acaba inviabilizando uma expansão mais rápida”, diz.
Hoje, Triciclo, empresa de Felipe e seus dois sócios, tem o seu faturamento baseado em mídia programática e ações com parceiros. É possível, por exemplo, trocar 500 pontos por mini panetones da Bauducco.
Linha 4-Amarela
Linha 4-Amarela abriga máquinas que recolhem latas e garrafas plásticas para reciclagem
Passageiros da Linha 4-Amarela de metrô podem dar destino correto às latas de alumínio e garafas plásticas, ajudar a preservar o meio ambiente e, ainda, receber créditos no Bilhete Único ou ter desconto na conta de luz. Tudo isso é possível graças às máquinas de reciclagem que estão instaladas nas plataformas das estações Faria Lima e Pinheiros.
Os resíduos coletados pelas máquinas nas duas estações serão destinados à ONG Vira-Lata que, desde 2001, tira da informalidade catadores que trabalhavam nas ruas ou em lixões.
O sistema de reciclagem chamado Retorna Machine foi instalado na Linha 4-Amarela em parceria com startup Triciclo.
Para descartar as embalagens, o usuário precisa acessar o terminal da máquina e criar um perfil com nome de usuário, e-mail e senha. Cada pessoa cadastrada pode descartar até dez embalagens por dia, que podem ser latinhas e garrafas plásticas de 350 ml até 2,5 litros.
Para que o sistema de coleta funcione, é preciso que os objetos descartados tenham código de barras, para que a máquina possa fazer a contagem e atribuir os pontos que ficarão armazenados na conta do usuário. O participante poderá resgatar esses pontos para crédito no Bilhete Único quando quiser.
Pontuação
Uma latinha vale 15 pontos, e qualquer tamanho de garrafa plástica rende 10 pontos. A cada 20 pontos, o usuário obtém R$ 0,07 de crédito no Bilhete Único. A própria máquina executa a recarga do cartão. Já para desconto de R$ 0,27 na conta de luz são necessários 100 pontos.
Saiba mais no site da Triciclo
Autor: Exame