Foto: Onnis Luque/Divulgação
Às vezes, é preciso que alguém de fora do problema consiga enxergar a solução óbvia. Este foi o caso da comunidade rural de Tepetzintan, em Puebla, no México, que sofria com dois problemas: falta de habitação para a demanda crescente e excesso de bambu, o que atrapalhava o cultivo de plantações, como milho, feijão e cafeicultura. Diante deste cenário, o estúdio Comunal: Oficina de Arquitetura desenvolveu um projeto que respondeu aos anseios sociais, econômicos e ambientais.
Os arquitetos perceberam que havia muitos recursos naturais subutilizados, como madeira, terra, pedra, além do próprio bambu, que poderiam ser usados para construir casas. “Uma vez que o projeto foi definido junto à comunidade, iniciamos o processo de troca de conhecimento. Para este processo, foram facilitadas cinco oficinas técnicas e construtivas com as duas espécies locais de bambu e oficinas de design participativo para desenvolver o exercício de habitação de forma inclusiva”, afirma o estúdio em seu site.
Foi assim, que os próprios moradores colocaram a mão na massa, usando recursos locais. Mesmo com o dedo da empresa, o projeto respeitou os costumes e características da comunidade e o resultado foram residências tradicionais integradas com métodos ecológicos. Foram implantados sistemas de baixo custo para coleta, armazenamento e tratamento da água. Ventilação cruzada e chaminés, garantem que o clima interno seja confortável ao longo do ano.
Foi usado também um sistema de fabricação modular com menor número de peças possíveis: para que a montagem da casa foi bem simples. O telhado foi feito com uma lâmina fabricada com alumínio reciclado, o que garante uma temperatura constante dentro da casa e ainda evita a formação de fungos, bactérias e umidade.
Com grande ênfase em treinamentos, a equipe do estúdio ensinou cada etapa da gestão do bambu – da silvicultura à construção. Isso vai garantir que os moradores possam replicar as técnicas aprendidas quando e onde quiserem.
Fotos: Onnis Luque
Autor: Ciclo Vivo