O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, destacou, durante o evento “Ocupação sustentável do território nacional pela ferrovia associada ao agronegócio”, realizado no Instituto de Engenharia nesta segunda-feira (28), que o agronegócio terá papel preponderante na retomada do crescimento econômico brasileira, pelo seu dinamismo na ocupação do território nacional.
De acordo com o secretário, o setor que puxa a economia deve apresentar acúmulo de capital, capacidade de inovação e de impactar os demais setores de forma rápida e virtuosa. “Durante as décadas mais recentes, isso foi uma prerrogativa do setor industrial, mas o setor agropecuário terá melhores condições de ser indutor dessa nova fase, pois tem o acúmulo de capital, o centro de decisão e a vantagem comparativa”, explicou.
Para Arnaldo Jardim, o País precisa pensar, cada vez mais, em questões estratégicas como a logística e “debates como o promovido no Instituto de Engenharia criam condições de pensar no desenvolvimento do País em médio prazo”.
O evento realizado no Instituto de Engenharia demonstrou os resultados de um projeto elaborado pelas entidades para sugerir melhorias na infraestrutura logística, no qual a ferrovia surge como uma alternativa amplamente favorável que traga uma grande redução nos custos do transporte e no impacto ambiental, em especial na menor emissão de carbono.
O projeto do Instituto prevê, como um cuidado extra com o meio ambiente, que a matriz energética deve ter alta participação das fontes solar e eólica, sem dependência total da geração hídrica e do regime das chuvas. De acordo com a entidade, é necessária uma reformulação na malha ferroviária, visto que hoje 70% dos 32 mil quilômetros instalados estão inoperantes.
De acordo com o secretário geral da Associação Latino-americana de Ferrovias (Alaf Brasil) Jean Carlos Pejo, é necessário investir na operação imediata da Ferrovia Norte-Sul, no trecho que liga as cidades de Palmas, no Tocantins e e Anápolis, em Goiás, bem como a concessão à iniciativa privada para construção e operação do trecho entre Eliseu Martins, no Piauí e Estreito, no Maranhão. “Havendo logística, a capacidade de produção e transporte de grãos certamente irá aumentar, passando a ser delimitada, então, pela capacidade ambiental”, afirmou, lembrando que é necessário investir na especialização da mão-de-obra, capaz de lidar com a automatização da produção agrícola.
Para o presidente do Instituto de Engenharia, Eduardo Lafraia, o Brasil tem todas as ferramentas para promover o desenvolvimento, “Este tema não se esgota hoje, mas será desdobrado em outras discussões do planejamento da malha ferroviária e seus acessos, a ocupação urbana associada ao agronegócio e a consolidação de seminários para criar um grupo para acompanhar e cobrar a execução deste plano”, afirmou.
Autor: Por Paloma Minke, Secretaria de Agricultura e Abastecimento