Já pensou viver em um país monitorado e com segurança realizada por veículos mais leves que o ar? Aparentemente, isso é um pouco distante de nossa realidade, certo? Mas, na verdade, não tanto assim, graças à existência da Altave. A Altave é uma indústria aeroespacial que desenvolve e fabrica balões, com foco na criação de produtos e serviços inovadores, envolvendo múltiplas aplicações. Entre elas, segurança e defesa, monitoramento ambiental, construção e mineração e até agronegócio.
De maneira geral, os balões são instalados em até uma hora, tanto em locais urbanos para trazer segurança em eventos, como em localidades remotas para monitorar incêndios florestais, por exemplo, e podem passar no mínimo 72 horas em operação contínua. Além disso, possuem um sistema estabilizado com cobertura 360°, que detecta veículos e reconhece humanos, e são equipados com câmeras Full HD e zoom óptico. Alguns chegam a ter Wi-Fi, infravermelho, sistema de auto-tracking (acompanhamento automático de alvos) e scan (varredura automática de área), além de serem resistentes a tiros e armas de fogo.
De acordo com Leonardo Nogueira, sócio-diretor da Altave, os balões podem ser comparados a grandes torres, muitas vezes utilizadas para monitoramento – como em presídios-, porém flexíveis e inteligentes. “Torres porque eles podem ir de 50 a 200 metros de altura, apenas regulando o comprimento de cabo liberado. Flexíveis porque, se necessário, os balões são facilmente reposicionados, cobrindo uma nova área de forma simples. Por fim, eles são equipados com uma porta USB, apta a receber diferentes tecnologias. A mesma plataforma pode ser utilizada para câmeras de monitoramento, rádios de comunicação ou equipamentos científicos”, explica.
Uma das dez empresas selecionadas para fazer parte do Braskem Labs 2017, o programa de aceleração da Braskem, a Altave busca com essa oportunidade melhorar a área de gestão e material da indústria. “Estamos em fase de expansão e isso exige um maior controle interno. Esperamos que o Braskem Labs nos ajude com isso, principalmente indicando o que não deu certo nas experiências deles. Além disso, gostaríamos de contar com a Braskem para desenvolver um novo plástico para a confecção dos balões, que melhore a performance dos nossos produtos”, revela Leonardo.
No mercado desde 2011 e a única empresa a comercializar esse tipo de solução no Brasil, a Altave já começou a colher bons resultados. Em 2016, a empresa teve a chance de realizar o monitoramento e a segurança da cidade do Rio de Janeiro, durante os Jogos Olímpicos do Rio. “Colocamos quatro balões voando a 200 metros do solo, nas quatro áreas de competição: parques olímpicos da Barra da Tijuca e Deodoro (ambos na zona oeste), Maracanã (zona norte) e Copacabana (zona sul). A solução foi capaz de monitorar grandes áreas em 360°, com imagens simultâneas de alta definição. Ao todo, 160km² foram protegidos, correspondendo a 13% da área total da cidade carioca”, relata o sócio-diretor.
Segundo Leonardo, o projeto foi importante por três motivos: ganhar uma grande concorrência, consagrar a capacidade do balão em uma Olimpíada segura e usufruir do legado dessa oportunidade. “Recebemos um atestado de competência internacional e diversos interessados surgiram em todo o mundo. Assinamos, agora em junho, no Salão de Le Bourget, na França, um acordo para a venda dos nossos sistemas para a Europa, por meio da Airstar Aerospace, referência europeia no mercado de balões”, conta.
Apesar deste reconhecimento, a principal dificuldade da empresa é conseguir quebrar a resistência que os clientes possuem para adquirir uma tecnologia inovadora. Para Leonardo, é necessário muito cuidado e carinho para educar a base de potenciais compradores. E é isso o que ele também espera do Braskem Labs: aumentar o conhecimento, absorver experiências, juntar forças e expandir a rede de contatos para gerar mais vendas.
“Temos muito trabalho daqui em diante com o Braskem Labs, mas ser selecionado é ter a certeza de que estamos trilhando um caminho vitorioso e construindo uma empresa capaz de transformar a vida das pessoas através do uso inteligente da química e de materiais plásticos”, finaliza.
Autor: Gizmodo