Atualizado depois de 30 anos, atlas de nuvens tem acesso aberto

Elaborada inicialmente em 1896, o Atlas Internacional de Nuvens é uma importante referência global na observação e na identificação de nuvens, usada por serviços meteorológicos, pela aviação e pela navegação.

A primeira edição trazia 28 fotografias coloridas e regras detalhadas para a classificação de nuvens.

A mais recente era de 1975 e havia sido revisada pela última vez em 1987 – desde então, tornou-se um item de colecionador.

Asperitas

A nova edição é a primeira com uma versão completamente digital e acessível ao público leigo.

Nela, foram incluídas novas classificações, entre as quais a mais conhecida é as asperitas, um tipo de nuvem que visto desde o solo se parece com as ondulações do oceano.

Essas nuvens foram documentadas pela primeira vez no Estado de Iowa, nos Estados Unidos, em 2006.

Logo, vários registros semelhantes foram enviados à Sociedade de Apreciadores de Nuvens, que deu início a uma campanha para que a formação fosse reconhecida oficialmente pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês).

“Achava que isso nunca aconteceria”, diz Gavin Pretor-Pìnney, presidente da sociedade. “A WMO (Organização Meteorológica Mundial, na sigla em inglês) dizia não ter planos de fazer uma nova edição do atlas, mas percebeu que há um interesse público por nuvens e ser necessário informar adequadamente sobre isso.”

Classificação das nuvens

Nuvens são classificadas de acordo com seu gênero, espécie e características suplementares.

A asperitas é uma característica suplementar nova, assim como cavum, cauda, fluctus e murus. Também foi incluída no atlas um novo tipo, a volutus, que é baixa e horizontal.

Um elemento-chave da evolução do atlas é o avanço da tecnologia – pessoas ao redor do mundo estão registrando e compartilhando imagens de formações inusitadas com seus celulares.

“Não é preciso ser um observador do clima nem um estudioso do tema. Basta fazer a foto e mandar pra gente”, disse Pretor-Pinney.

Nuvens “especializadas”

A nova edição do Atlas passou a identificar nuvens formadas a partir de processos específicos, como a flammagenitus, que surge em queimadas, as cataractagenitus, originadas em quedas d'água, e silvagenitus, formações encontradas sobre florestas.

Também há aquelas formadas pela ação do homem (homogenitus) e que são alteradas por interferência humana (homomutatus).

O Atlas Internacional de Nuvens pode ser acessado no endereço http://Classificação das nuvens.

Autor: BBC