Enquanto o Brasil desce pela ladeira da desindustrialização e opta por uma alegada “vocação agrícola” nos moldes tradicionais, outros países demonstram que a tecnologia pode ajudá-los a não se tornar tão dependentes dos produtos primários importados – que nós contamos em exportar.
A Austrália, por exemplo, está literalmente cultivando tomates no deserto.
Em vez de desmatamentos e práticas extensivas, a fazenda australiana transformou uma área de deserto em um espaço com aspecto futurista, onde energia solar e dessalinização da água do mar fornecem os principais insumos necessários para uma agricultura de alta tecnologia.
Sem poluição, usando fontes renováveis e energia limpa, a fazenda deverá produzir 17.000 toneladas de tomate neste ano.
Como plantar no deserto
A água do mar é bombeada por dois quilômetros até a área de 20 hectares da fazenda – na verdade, um conjunto de estufas. Uma usina de dessalinização alimentada por energia solar remove o sal da água, deixando-a perfeita para irrigação.
Não há necessidade de pesticidas, já que a água do mar limpa e esteriliza o ar, e as plantas crescem em cascas de coco, e não em solo, evitando outros riscos de contaminação.
A eletricidade necessária é gerada por uma usina termossolar, onde 23.000 espelhos refletem a luz do Sol até o topo de uma torre de 115 metros de altura, onde o calor produz vapor suficiente para gerar até 39 megawatts de eletricidade.
A empresa responsável pelo projeto, a Sundrop Farm, já tem planos para instalar outra fazendo high-tech na Austrália, além de uma em Portugal e outra nos EUA.
Autor: inovação Tecnológica