Uma equipe de cientistas japoneses descobriu uma bactéria que evoluiu para decompor e consumir PET, um dos plásticos mais prejudiciais ao meio ambiente.
Enquanto coletava amostras de águas residuais, a equipe descobriu as bactérias vivendo em itens plásticos. A Ideonella sakaiensis parece consumir uma dieta composta exclusivamente por PET, que é decomposto com um par de enzimas.
As bactérias se agarram ao plástico e usam as enzimas para convertê-lo em ácido tereftálico e etilenoglicol. Então, as bactérias digerem essas duas substâncias – uma boa notícia, pois o etilenoglicol é tóxico para seres humanos.
A New Scientist explica:
Como é que as bactérias fazem isso? Elas se prendem ao PET com fios e usam duas enzimas sequencialmente para quebrar o PET em ácido tereftálico e etilenoglicol, as duas substâncias a partir das quais o PET é fabricado… Em seguida, as bactérias digerem ambas as substâncias.
Imagem de microscopia eletrônica mostrando a superfície degradada de um pedaço de PET por 60 horas pela bactéria Ideonella rakaiensis. A imagem menor mostra a superfície lisa original do plástico PET. Foto por Yoshida et al., Science, (2016).
O PET só foi inventado há cerca de 70 anos. Isso significa que as bactérias devem ter evoluído para consumir o plástico ao longo dessas décadas. Os resultados foram publicados na revista Science.
A equipe está obviamente animada com a perspectiva de usar as bactérias para limpar o planeta. Afinal, existem milhões de toneladas de resíduos PET na superfície do nosso planeta, em aterros e nos oceanos.
Mas por enquanto, as bactérias são ineficientes: elas demoram seis semanas a 30°C para decompor completamente um centímetro quadrado de PET.
Isso acontece porque a bactéria se multiplica de forma relativamente lenta. Portanto, talvez seja possível criar geneticamente uma bactéria que combine a digestão de plástico da Ideonella sakaiensis com uma velocidade maior de multiplicação (da E. coli, por exemplo).
Este não é o primeiro organismo natural que consume plástico: em 2012, foi descoberto um fungo na Amazônia que decompõe poliuretano. Mas em termos de limpeza do planeta, as bactérias podem ser muito mais eficientes. Vejamos se a equipe consegue acelerar esse processo.
Autor: GizModo