Os modelos de avaliação nas áreas de recursos humanos no final do século passado (que agora parece distante uma eternidade) estavam ancorados em 2 pilares básicos: a inteligência emocional e a inteligência racional.
Dizia-se que um funcionário (utilizando o termo da época) estava devidamente preparado, sendo considerado equilibrado e eficiente, quando apresentava um bom índice médio de ambas qualificações. Havia inclusive um sentimento negativo, quando uma destas “inteligências” se sobrepunha em demasia sobre a outra, pois com alguma razão entendia-se que o fulano era por demais racional em detrimento da sua percepção emocional, ou vice-versa.
Este tema já se mostra um tanto quanto ultrapassado com o advento da inteligência social, que se encontra no centro da antiga dicotomia emocional/racional.
O ser que possui inteligência social, está antenado nas tendências comportamentais da sociedade, independente de sexo, raça ou religião. É um profissional que interage em qualquer ambiente, adaptando-se facilmente ao grupo de trabalho até porque não é mais um “funcionário” mas um colaborador, por vezes a distância, trabalhando em home-office até em outro país.
Possui um perfil criativo e colaborativo, desprovido de preconceito, com visão global e multidisciplinar.
Pudera, se consideramos que em 2020 teremos 5 bilhões de seres humanos interligados pela internet, sendo que hoje o Facebook é “terceiro país do mundo em população” , perdendo somente para China e Índia, como imaginar um ser humano sobrevivendo sem inteligência social ?
Esta característica humana que vai se tornando muito comum nos dias de hoje, abrirão muitas fronteiras para novos negócios para quem estiver atento.
Os norte americanos há tempos se aperceberam desta dinâmica, investindo em ambientes de negócios que acolhem a pessoa com deficiência (Pcd).
Calcula-se que o 1,5% do PIB norte americano esteja nesta esfera de participação. Isto significa um impacto de U$$ 0,3 trilhão de dólares norte americanos, mais do que muito pibinho mundo afora.
Para tal sucesso investiu-se em ajustes arquitetônicos como rampas para cadeirantes e sanitários adequados em rede hoteleira e restaurantes , além de comunicação em braile entre outros fatores, que levaram as taxas de ocupação média subirem para 70% nestes nichos de negócios. Até porque uma pessoa Pcd arrasta 3,5 consumidores em média (familiares e amigos) quando uma praça de consumo apresenta condições democráticas a todos envolvidos e resultando por fim na fidelização de clientes, sendo ou não pcd, pelos motivos óbvios.
Portanto esta visão não é simplesmente racional ou emocional, mas social e holística … onde o olhar diverso vai muito além de prestar um aparente “favorzinho” à uma pessoa Pcd.
Nada melhor para classificar esta visão, tomando a declaração que nos foi dada pelo Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, que classifica de maneira brilhante este raciocínio : “A inteligência só se torna lúcida quando a informação é transformada em ação do bem”
E a sua empresa, como está enxergando este novo momento?