Pergunte para qualquer especialista em sustentabilidade ambiental e ele ou ela te dirá: não existe lixo. Praticamente tudo que nós jogamos fora é, na verdade, resíduo, algo que momentaneamente não tem mais utilidade, mas que, se reaproveitado adequadamente, pode voltar para a cadeia produtiva, sendo útil e rentável para alguém. A maneira com que lidamos com nossos resíduos, então, vai dizer muito sobre nosso futuro nesse planeta. Com base nesse princípio, uma empresa americana quer revolucionar o modo que lidamos com as roupas que não queremos mais.
De acordo com o site da Evrnu, empresa de Seattle que criou a tecnologia e se auto denomina “o futuro do vestuário”, o objetivo deles é responder uma simples pergunta: existe um jeito de acabar com os resíduos de vestuário e convertê-lo em uma fibra nova, transformando o sistema por completo? Parece que existe sim e funciona da seguinte maneira: o tecido da roupa usada é desfiada e depois purificada, com corantes e outros contaminantes sendo separados do algodão residual, que é convertido em uma polpa, cujas fibras passam por um processo chamado extrusão até que se obtenha uma fibra nova, intocada, que pode ser usada para os mais diversos fins, da fabricação de uma camiseta até a confecção daquele jeans que vai te acompanhar pela vida inteira.
Stacy Flynn, uma das fundadoras da startup, garante que o material gerado depois da reciclagem é “mais fino que a seda e mais resistente que o algodão” – isso sem contar que as emissões de gases poluentes no processo de fabricação caem pela metade se comparados com outros métodos de produção – a ideia é que o processo de criação dessas roupas não gere nenhum tipo de subproduto.
A Agência de Proteção Ambiental dos EUA diz que mais de 13 milhões de toneladas de têxteis são jogados fora a cada ano no país. Desse total, apenas 2 milhões são reciclados, de modo que a Evrnu tem um campo de atuação gigantesco pela frente – os executivos da startup afirmam que a tecnologia é pioneira no país. Em relação aos 11 milhões de toneladas de roupas que vão parar em aterros sanitários americanos, Stacy diz que a ideia da empresa é criar mecanismos que possibilitem a produção local de fibra nesses espaços em que os resíduos estão acumulados, beneficiando o maior número possível de engrenagens dessa cadeia produtiva.
No futuro, o objetivo é que os tecidos fabricados sejam comercializados por três marcas diferentes, fazendo com que diversos tipos de peças e de público sejam atendidos.
Via Fast Company
Autor: Galileu