A Engenharia Diagnóstica em Edificações é a disciplina das investigações técnicas nos diversos componentes, sistemas construtivos, suas conexões e conjunto geral da edificação, visando qualidade total, sustentabilidade e responsabilidade social. Essas investigações técnicas podem ser desenvolvidas com diversos focos e graus de amplitude, dependendo do objetivo técnico pretendido no diagnóstico.
Tradicionalmente, todas as investigações técnicas se desenvolvem através de método dedutivo que ao final bem demonstra o diagnóstico, com conclusão e fundamentação.
Iniciando-se de premissas gerais, colhidas através de observações, o Engenheiro Diagnóstico parte para posteriores análises e comparações, para então finalizar o diagnóstico técnico com sua conclusão e fundamentação.
Em geral, as principais atividades intelectuais do investigador são aquelas decorrentes da percepção, intuição, comparação e dedução. Outras atividades práticas contribuem para o êxito da investigação técnica, tais quais as indagações, inquirições, pesquisas, ensaios, exames laboratoriais, etc. No entanto, as quatro ações diretas do intelecto são fundamentais e indispensáveis no processo investigativo.
E o que é a percepção ? De maneira simplista pode-se definir a percepção como sendo a obtenção do conhecimento pelos sentidos e, no caso específico da engenharia diagnóstica, a visão é o sentido predominante, redundante da constatação que se faz na vistoria, primeira ferramenta diagnóstica. As vistorias de vizinhança para a constatação das condições físicas gerais dos imóveis confrontantes ao terreno da obra é o exemplo mais típico dessa investigação diagnóstica preliminar.
E a intuição diagnóstica, o que seria ? É o discernimento instantâneo, a análise decorrente da experiência, que denominamos de inspeção, segunda ferramenta diagnóstica. A inspeção predial para se analisar as condições técnicas dos prédios em uso é exemplo marcante dessa segunda ferramenta diagnóstica, pois contém as análises gerais da qualidade predial quanto à técnica, manutenção e uso da edificação.
E a comparação, como se processa ? A comparação se processa entre dois polos, a realidade e o ideal técnico. O ideal técnico é uma norma ou outro diploma, e a comparação visa apurar conformidades, ou não, da realidade em relação ao documento, ou seja, a auditoria técnica é a terceira ferramenta. Essa ferramenta diagnóstica é muito utilizada nas auditorias de projeto, para se atestar o atendimento, ou não, da legislação e normas, ou mesmo nas obras novas, para se atestar a execução correta, ou não, em cumprimento aos projetos e normas técnicas.
E a dedução diagnóstica no que resulta? É a determinação da origem, do mecanismo de ação e da causa do fato em estudo, ferramenta tradicionalmente denominada perícia, ou ainda, a rainha das provas. Quando é necessário se conhecer a causa de uma anomalia construtiva, como um vazamento ou trinca estrutural, por exemplo, o diagnóstico técnico há de ser completo, passando pela percepção, intuição, comparação e dedução. Nesses casos, a perícia é a ferramenta que redundará na conclusão e fundamentação, a explicar o mecanismo de ação da anomalia, sua origem e também a sua causa.
No mundo prático, após o diagnóstico técnico vem a prescrição do tratamento, que denominamos consultoria, sendo essa a última das ferramentas da Engenharia Diagnóstica em Edificações.
Em suma, a Engenharia Diagnóstica é a investigação técnica das causas das patologias prediais, através de seus sintomas, ou seja, as anomalias construtivas, falhas de manutenção e irregularidades de uso.
Na prática laboral, porém, o método dedutivo diagnóstico nem sempre requer o ciclo completo, pois as informações diagnósticas no decorrer do processo construtivo são de diversas amplitudes.
Assim sendo, como exposto nos exemplos acima, a Engenharia Diagnóstica em Edificações, através das suas ferramentas, – responde a todos os questionamentos para o bom planejamento da execução obra, sua plena utilização e até mesmo na sua desconstrução, atividades fundamentais no moderno foco da boa qualidade, sustentabilidade e responsabilidade social da construção civil atual, além de servir à Justiça, na produção de provas técnicas fundamentadas.