Um vídeo produzido pela Sabesp mostra como será feita a principal obra para garantir o abastecimento da Grande São Paulo neste ano. A interligação entre os sistemas Rio Grande e Alto Tietê vai transferir 4.000 litros de água por segundo ao longo de 11 km de tubulações e de um córrego no leste da Região Metropolitana. Esse bombeamento fará com que regiões que hoje recebem água do Sistema Cantareira possam ser atendidas pelo Alto Tietê, ajudando a aliviar o manancial em crise.
A obra começa nos próximos dias e deve estar concluída em agosto. O investimento de cerca de R$ 130 milhões inclui a instalação de quatro bombas para empurrar a água 80 metros acima, superando o morro que divide a região do ABC (onde fica o Sistema Rio Grande) de Suzano (no Alto Tietê). Conta também com as adutoras que vão transportar a água até o córrego Taiaçupeba-Mirim. Por esse curso d’água o volume chegará até a represa Taiaçupeba. É lá que fica a estação de tratamento de água do Sistema Alto Tietê.
A apresentação mostra também as duas linhas férreas pelas quais a tubulação passará: a linha 10-Turquesa da CPTM, perto da estação Rio Grande da Serra, e os trilhos de transporte de carga, perto de Ribeirão Pires e Suzano.
A interligação é a mais importante das obras que a Sabesp está executando em 2015. O Sistema Rio Grande chegou a mais de 97% de armazenamento de água no final de março. Para aproveitar esse estoque de água, a Sabesp vai bombear 4.000 litros por segundo para o Sistema Alto Tietê. Essa medida é essencial para garantir o abastecimento da população no período de estiagem, que vai até o fim de setembro. O Alto Tietê tem grande capacidade de tratamento de 15 mil litros por segundo, mas suas represas estão com nível mais baixo. Com o bombeamento, a Sabesp levará a matéria-prima (água disponível na represa Rio Grande) até o local onde existe maquinário para fazer o tratamento (Sistema Alto Tietê).
Além dessa obra, outras duas são essenciais para levar mais água para o Alto Tietê. Uma delas já foi entregue e está em operação desde 27 de
janeiro: é a ampliação da transferência de água do córrego Guaratuba para a represa Ponte Nova, que compõe o Sistema Alto Tietê. O investimento, feito em pouco mais de dois meses pela Sabesp, fez com que o volume transferido subisse de 500 litros por segundo para 1.000 l/s. O Guaratuba nasce na serra do Mar e deságua em Bertioga, no litoral. Parte de sua vazão é bombeada em direção ao Alto Tietê.
A importância dessa obra é aumentar a quantidade de água que entra no Sistema Alto Tietê neste período de poucas chuvas. O sistema é composto por cinco represas (Ponte Nova, Paraitinga, Biritiba-Mirim, Jundiaí e Taiaçupeba). Elas são alimentadas pela chuva direta sobre elas e pelos rios que as abastecem. Portanto, a entrada de mais água do Guaratuba amplia o nível de todo o sistema.
Outra intervenção com o mesmo objetivo é a nova captação do rio Guaió. A Sabesp está construindo 9 km de adutoras para ligar o Guaió à represa Taiaçupeba. Orçada em R$ 28,9 milhões, a obra começou em fevereiro e irá até maio. A tubulação levará 1.000 litros de água por segundo para o ribeirão dos Moraes, afluente do rio Taiaçupeba-Mirim que, por sua vez, deságua na represa Taiaçupeba. A obra está sendo implantada no município de Suzano, na divisa com Ferraz de Vasconcelos, com mão-de-obra própria da Sabesp. O Guaió nasce na cidade de Mauá, no ABC, e passa por Ribeirão Pires, Suzano, Ferraz de Vasconcelos e Poá.
A importância do Sistema Rio Grande
O Sistema Rio Grande ganhou importância ao longo de 2014 diante da crise hídrica. Mesmo com a seca, esse reservatório registrou boa quantidade de chuva. A adoção do bônus na conta também fez com que o fornecimento para o ABC diminuísse, já que o consumo caiu. Com a água excedente, a Sabesp executou ainda em 2014 obras para que o sistema passasse a chegar até Santo André.
Associado a isso, a companhia aumentou a produção de água potável no Rio Grande. No final do ano passado, a capacidade subiu de 5.000 para 5.500 litros de água potável por segundo. A Sabesp instalou na respectiva estação de tratamento equipamentos de ponta, chamados de membranas ultrafiltrantes. Essa combinação de fatores permitiu que, neste ano, o Sistema Rio Grande passasse a abastecer a capital pela primeira vez desde que foi criado, em 1958.
Autor: Assessoria de Imprensa