A profissão de engenharia mecânica é a mais promissora para atender o mercado de trabalho local. O piso salarial é de 8,5 salários mínimos o que equivale a R$ 6.698, segundo a seccional do Amazonas da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH/AM).
“De todas as engenharias, a de mecânica é a que vem sendo mais requisitada. A vaga de engenheiro mecânico é difícil. A procura é grande. Esse profissional consegue escolher onde quer trabalhar e a oferta salarial tem que ser robusta para tirá-lo de onde está trabalhando”, informa a diretora de Produto da entidade, Lilia Fernandes, também diretora-executiva da Múltipla Consultoria em RH.
O vácuo no mercado é resultado do baixo número de profissionais que as universidades locais estão formando. “A profissão de engenharia tem sido muito requisitada pelas empresas. As universidades locais não atendem à procura das empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), que forma apenas 35 por ano. O mercado está tendo que importar de outros Estados, principalmente da Paraíba”, disse.
A vice-presidente da ABRH Kátia Andrade disse que essa importação de profissionais tem onerado muito para as empresas. “O mercado de trabalho precisa não só de engenheiros, mas também de nível técnico”, disse, acrescentando que afirma com base em uma pesquisa feita pela comissão de RH com a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), em 2014. “A falta de engenheiro poderá comprometer a competitividade das indústrias”, disse.
Áreas
O coordenador da Câmara de Engenharia Mecânica e Metalurgia do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea/AM), Wilson Guilherme Monteiro, disse que o engenheiro mecânico é absorvido em áreas da indústria como duas rodas, eletroeletrônico, manutenção, além de empresas satélites, de injeção eletrônica, entre outros.
Segundo o coordenador, o piso salarial do engenheiro com jornada de oito horas por dia é de 8,5 salários mínimos. “Para quem tem uma jornada de seis horas, o piso é seis salários mínimos, que dá R$ 4.728,00”, informou.
De acordo com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) existem hoje no Brasil mais de 480 mil engenheiros. “Destes, a metade é de engenheiros civis”, disse.
Além de engenharia, a diretora-executiva da ABRH, Lilia Andrade, também aponta como área promissora, a de suporte de finanças, como especialista em planejamento financeiro. “E também contabilidade, para o profissional que domina o US Gaap (princípios contábeis aceitos nos EUA)”, disse Andrade.
Já a profissão que está em baixa, segundo a executiva é a de agente de viagem. “Isso porque está cada vez mais fácil organizar uma viagem pela internet”, avaliou.
Levantament da Catho mostra autopeças em alta
Pesquisa Salarial e de Benefícios do site de empregos Catho, com mais de 480 mil respondentes em mais de 2 mil cidades do País, mostra que indústria de autopeças, onde há forte demanda por técnicos e engenheiros mecânicos, é o ramo de atividade que melhor remunera no Brasil, com média salarial 45,80% acima da média nacional.
Antes líder da pesquisa, o setor de Mineração, Extração de Óleo e Gás caiu para a segunda colocação, com 42,30%. Na pesquisa anterior, divulgada em novembro de 2014, o setor estava 59,79% acima da média. Os dados fazem parte da 50ª pesquisa, que leva em conta os últimos 12 meses.
Fabricação de Equipamentos Elétricos e Eletroeletrônicos, com média salarial 38,60% superior à nacional e Fabricação de Papel e Similares (35,53%) e Fabricação de Equipamento e Maquinário Industrial, Hidráulico e para Construção (33,36%) completam o Top5 dos ramos de atividade que melhor remuneram no Brasil.
A área de Mineração, Extração de Óleo e Gás foi o grande destaque das quatro edições da Pesquisa Salarial da Catho, em 2014, se mantendo como principal ramo de atividade em termos de remuneração média. A tendência parece ter mudado um pouco de direção na primeira edição deste ano, avalia a consultoria.
A pesquisa ainda aponta as áreas que mais cresceram nos últimos 12 meses. As áreas de vigilância e transporte de valores, indústria de equipamentos de entretenimento e hotelaria e turismo foram as três que registraram maior crescimento, com 24,05%, 20,73% e 14,17%, respectivamente.
Qualificação e idioma influenciam no salário
Além da formação é necessário ter pós-graduação e dominar o idioma inglês, requisito tido como diferencial, explica a diretora da ABRH, Lilia Fernandes. “Um profissional que, geralmente, tem pós-graduação, o salário não muda. Mas se ele, falar bem o inglês vai lhe abrir um leque de opção de empresas até multinacionais para trabalhar”, disse.
Para o coordenador do Crea, Wilson Guilherme, no passado, o mercado exigia apenas a graduação, suficiente para ter ascensão profissional. “Hoje em dia, só ter a graduação não é grande coisa, mas na época que me formei sim. O profissional, agora, tem que ter uma especialidade e falar fluente uma língua estrangeira. Para cargos de diretoria é fundamental, porque a pessoa tem que se comunicar com a matriz”, explicou.
De acordo com a diretora-financeira da Strategic, empresa de consultoria em recursos humanos , Isabel Rosa, a apresentação de um currículo mais extenso é determinante para quem visa um emprego melhor. “As empresas estão buscando profissionais com qualificação. Tem função que é determinante o conhecimento em línguas”, disse. Rosa também ratifica que o mercado procura quem possui formação além do nível Superior. “As empresas querem mais, o nível Superior é é uma exigência. Mas o diferencial são as especializações”, disse.
Para a diretora-geral da Educação Profissional do Grupo Literatus, Amanda Estald, o mercado oferece vagas de emprego que não são preenchidas por falta de qualificação dos profissionais. “As ofertas são muitas, porém a quantidade de mão de obra qualificada não acompanha essa proporção”, comenta.
Ela ressalta que, além disso, muitos profissionais que já atuam na área não possuem formação e é através do curso técnico que eles podem comprovar o conhecimento para a empresa e, muitas vezes, conseguir até mesmo uma promoção. “Após a conclusão do curso é essencial se preocupar com a atualização constante de seus conhecimentos e com o exercício ético de sua profissão”, frisou.
“Recentemente, passamos a oferecer também os cursos profissionalizantes voltados para a indústria: Automação Industrial, Mecânica e Eletrotécnica, devido a uma alta demanda das empresas do Polo Industrial e a prorrogação da Zona Franca de Manaus por mais 50 anos”, disse a diretora.
Autor: D24am