Você gostaria de morar em uma casa construída por bactérias?
Calma, as bactérias não estarão mais vivas quando você entrar na sua nova casa.
Engenheiros europeus desenvolveram uma nova tecnologia para fabricar biocimento cuja grande estrela é um tipo comum de bactéria que vive no solo (Sporosarcina pasteurii), que é cultivada em uma mistura de ureia e nutrientes a uma temperatura de 30º C.
“Dentro dessa mistura, a bactéria começa a se desenvolver; elas basicamente aumentam de número. A bactéria precisa alcançar uma certa quantidade a fim de produzir o cimento. Depois de cerca de três horas de fermentação, nossa mistura está pronta para uso,” explica Piero Tiano, líder do projeto Eco-Cement, financiado pela União Europeia.
Na verdade, antes de poder ser usado para fazer paredes, a mistura produzida pela bactérias precisa ser misturada com areia, resíduos de cimento industrial reaproveitado e cinzas de casca de arroz, para então virar o ecocimento pronto para ser aplicado sobre os tijolos.
“Nossas matérias-primas são praticamente todas rejeitos. Assim, nós não temos custos adicionais. Por exemplo, nós não precisamos explorar e transportar o calcário normalmente usado para fabricar cimento. E nós também não temos os custos de energia,” acrescenta Laura Sánchez Alonso, que também faz parte da equipe.
Cimento de bactérias
A transformação do calcário em cimento é feita em processos industriais que exigem temperaturas de 1.400 a 1.500º C. Já o biocimento feito pelas bactérias é produzido a meros 30º C.
Isto é possível porque a técnica usa um processo biológico para ligar as partículas do cimento.
Os testes iniciais em pequena escala foram promissores, sendo o ecocimento adequado para a construção de paredes, mas não forte o suficiente para substituir o concreto tradicional.
Agora a equipe está trabalhando para tornar a bactéria mais eficiente e mais produtiva para que o biocimento possa ser produzido em maior escala.
Autor: Inovação Tecnológica