Estudantes de engenharia competem por vaga na indústria aeronáutica

Estudantes de engenharia aeronáutica projetam e constroem aviões, em escala reduzida, para vencer campeonato e concorrer à vaga no mercado

Em São José dos Campos, no interior de São Paulo, um campeonato disputado por estudantes de engenharia vale vaga no mercado de trabalho. 

É na pista, na hora da decolagem, que um ano inteiro de trabalho é testado. O voo perfeito merece comemoração. 

“Foi muito trabalho, muito projeto, meses e meses. Essa noite a gente mal dormiu”, conta Eduardo Engel, estudante da Universidade Federal de Santa Maria-RS. 

No aerodesign, estudantes de engenharia aeronáutica projetam e constroem aviões em escala reduzida, que precisam voar levando o maior peso possível. E depois pousar suavemente, como um avião de verdade. Essa edição reúne mais de mil alunos do Brasil e de países como Peru, México e Polônia. O pessoal do Amazonas fez campanha para arrecadar dinheiro para o projeto. 

“Porque um avião desse não é barato e os materiais mais nobres não são encontrados onde a gente mora. Durante as feiras que a gente ia, nos eventos, a gente fazia uma caixinha e pedia: 'gente colabora, por favor'”, diz Erica Ramos Teixeira, estudante da Universidade do Estado do Amazonas.
A competição propõe aos alunos desafios que eles vão encontrar na indústria aeronáutica, como pesquisar materiais ou projetar a melhor asa. É um aprendizado que eles vão levar para a vida profissional. 

A equipe de São Carlos é nove vezes campeã no Brasil e cinco vezes na competição internacional. A cada ano o grupo se esforça para trazer novidades e fazer um avião ainda mais competitivo.
“A gente faz ensaios com materiais, pesquisa. Existem materiais americanos, da América do Sul, europeus no avião. Entra até no currículo, com muito orgulho porque todo mundo faz isso com amor”, afirma Augusto Campagnon, estudante da USP-São Carlos. 

O campeonato vai até domingo, quando será anunciada a equipe do projeto vencedor. Uma das principais recompensas é que os primeiros colocados geralmente acabam contratados pela indústria aeronáutica. Esse engenheiro participou da prova por três anos como aluno. Hoje trabalha em uma fábrica de aviões. Ele sabe que mostrar o talento aqui é um passo para uma carreira de sucesso. 

“Minha participação no aerodesign com certeza definiu que o meu caminho a seguir seria trabalhar na indústria aeronáutica”, comenta Tarik Orra, engenheiro aeronáutico.

Autor: Portal G1