Energias renováveis têm expansão recorde

As fontes de energias renováveis já são responsáveis pela geração de 22% da eletricidade consumida em todo o planeta. É o que revela relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado em setembro. Com a grande expansão de fontes como eólica e solar, nada menos que US$ 250 bilhões foram investidos em energias limpas somente no ano passado. Este impulso traz, porém, uma contrapartida: muitos governos começam a questionar o grau de subsídios dados ao setor, o que pode provocar cortes de investimentos em alguns países, sob o argumento de não serem mais necessários. O pico de investimentos se deu em 2011, com US$ 280 bilhões, mas essa cifra pode cair para US$ 230 bilhões até o fim da década caso o poder público reduza sua participação.

Para a diretora executiva da AIE, Marie van der Hoeven, porém, é necessário que governos continuem subsidiando sua adoção, pois só no longo prazo seus custos tenderão a ser cada vez mais competitivos. “Os governos devem distinguir claramente entre passado, presente e futuro, à medida que os custos diminuem. Muitas fontes renováveis já não precisam de altos subsídios”, afirmou a diretora. Em sua opinião, o setor necessita agora um contexto de mercado que assegure um retorno razoável e garantido aos investidores. Assim, a tendência será sempre de expansão. 

relatório da AIE destaca que países como Brasil, Chile e África do Sul, por exemplo, já dão preferência pelos parques eólicos, em comparação a outras fontes como gás e carvão.

Sediada em Paris, com 29 países membros, a AIE avalia que, apesar do ritmo intenso, o crescimento das fontes renováveis ainda não é suficiente para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. A Associação Europeia de Energia Eólica concorda com essa avaliação e defende que o objetivo facultativo de atingir 27% da geração de energia até 2030 na Europa deve ser revisto, adotando uma meta obrigatória de pelo menos 30%. Esta proposta será defendida em outubro, durante uma cúpula governamental sobre mudanças climáticas.

Autor: Época Negócios