O Instituto de Engenharia Nuclear e as Indústrias Nucleares do Brasil anunciaram o desenvolvimento de uma rota tecnológica capaz de separar o urânio do fosfato, aproveitando o máximo dos dois elementos.
A descoberta resultou de um estudo de cinco anos realizado pelos pesquisadores José Waldemar Silva Dias da Cunha e Glória Regina da Silva Willdhagen, com suporte da equipe das duas instituições.
Os testes foram realizados primeiramente em laboratório e, posteriormente, a eficácia do processo em escala industrial foi comprovada após mais de 1.000 horas contínuas de avaliação na planta-piloto construída na unidade da INB (Indústrias Nucleares do Brasil) no município de Caldas (MG).
A aplicação da rota tecnológica, contudo, viabilizará a exploração da jazida de Santa Quitéria, no Ceará, onde o urânio encontra-se associado ao fosfato.
Com a tecnologia de exploração já desenvolvida, serão construídas duas unidades industriais. Em uma serão fabricados fertilizantes fosfatados e fosfato bicálcio, voltado para ração animal. Em outra unidade será produzido o yellowcake, como é conhecido o concentrado de urânio.
O Brasil já possui outra mina de extração de urânio, em Caitité (BA).
Mina de Santa Quitéria
O depósito de Santa Quitéria, originalmente conhecido como Itataia, está localizado na parte central do Estado do Ceará, a cerca de 45 km a sudeste da cidade de Santa Quitéria.
As rochas hospedeiras que envolvem o depósito são paragnaises, juntamente com grandes lentes de carbonato ao longo do Cinturão Dobrado de Jaquaribe – a região central do Ceará divide-se em duas unidades tectônicas conhecidas como Cinturão Dobrado de Jaquaribe e Maciço de Santa Quitéria.
As primeiras ocorrências minerais na região foram descobertas em 1975.
A rocha na qual ocorre mais de 80% da mineralização de fosfato-urânio é chamada colofanito.
Autor: INB