Principal projeto para ampliar a oferta de água na Grande São Paulo, que enfrenta crise de abastecimento, o Sistema Produtor São Lourenço só deve ser concluído em 2018, dois anos após a previsão inicial. A obra contratada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) vai trazer 4,7 mil litros de água por segundo da bacia do Rio Ribeira, o que representa 6,4% da capacidade máxima retirada do Sistema Cantareira: 73 mil litros por segundo.
A captação será feita na Represa Cachoeira do França, formada pelo Rio Juquiá, entre Juquitiba e Ibiúna, no Vale do Ribeira, a 100 km da capital. A água será bombeada para vencer um desnível de 300 metros na Serra de Paranapiacaba e atenderá 1,5 milhão de moradores de Barueri, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Santana de Parnaíba e Vargem Grande Paulista. Ontem, o Sistema Cantareira, que responde por 47% do suprimento hídrico da Região Metropolitana de São Paulo, estava com 21,4% da sua capacidade de armazenamento, o menor nível nos últimos dez anos.
A obra de São Lourenço está na fase de instalação dos canteiros. O investimento de R$ 2,2 bilhões será das construtoras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, por meio de contrato de Parceria Público-Privada (PPP) assinado com a Sabesp com prazo de 25 anos. O novo sistema será interligado aos que já abastecem a Grande São Paulo. O último a ser criado foi o Alto Tietê, concluído em 1993.
A falta de chuvas e o calor colocam a capital e a Região Metropolitana em risco de racionamento. De acordo com a Sabesp, os níveis não param de baixar, quando deveriam subir, já que este é o período de chuvas mais intensas. No sábado, a Sabesp anunciou um programa que dará descontos de 30% na conta de água e esgoto para os consumidores que reduzirem em ao menos 20% o consumo médio em 12 meses. Apesar da medida, a Sabesp ressalta que “não está faltando água na Grande São Paulo”.
Em 2013, a produção média do Sistema Cantareira foi 69,13 mil litros por segundo. Mas, por causa da forte onda de calor, que fez de janeiro o mais quente na capital desde 1943, a produção do mês passado chegou a 70,95 mil litros por segundo, com máxima diária de 74,22 mil litros por segundo, de acordo com a Sabesp.
Interior. No interior, municípios abastecidos pela Sabesp no Médio Tietê e na região central do Estado já enfrentam problemas de abastecimento, mas a companhia ainda não prevê bônus para quem reduzir o consumo. Por enquanto, a medida vale apenas para os municípios abastecidos pelo Sistema Cantareira, que atende as regiões central e norte da capital, e outras nove cidades da Grande São Paulo.
Segundo a Sabesp, os demais sistemas ainda têm reserva de água em nível satisfatório. Na capital, o incentivo valerá deste mês até setembro e será calculado com base na média de consumo dos últimos 12 meses.
Autor: O Estado de S.Paulo