A Região Norte teve a maior disputa por vagas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e o curso de engenharia naval foi um dos principais motivos para que esse índice subisse, com uma média de 869.15 de acordo com o Ministério da Educação (MEC).
A engenharia naval é o ramo da engenharia que tem como atividade principal as obras que se destinam à exploração das potencialidades da navegação. Embora especializada, a engenharia naval é eclética, já que aborda os principais aspectos das outras modalidades de engenharia, direta ou indiretamente. Aqui no Amazonas, o curso na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) é recente, tendo sido oferecido pela primeira vez no vestibular de 2012.
O engenheiro naval projeta, coordena e supervisiona a produção de embarcações e constrói plataformas marítimas e tubulações para o transporte de petróleo. Também atua no gerenciamento de operações marítimas, fluviais e portuárias, controlando o tráfego de embarcações e os serviços de comunicação.
Desenvolve ainda tecnologias para trabalhos de exploração submarina. Uma das áreas que mais cresce no país, a engenharia naval abriu um leque de oportunidades de emprego para milhões de profissionais, uma vez que é o ramo que mais oferece vagas no Brasil. Atualmente, o Governo do Amazonas está abrindo uma nova frente de negócios, o projeto de implantação de distrito naval, que atende a uma vocação regional do Estado, que detém a maior malha hidroviária do País.
O projeto, que acontecerá em duas etapas, deve gerar cerca de 50 mil empregos diretos, com a construção de barcos esportivos e de luxo, lazer, turismo, além de flutuantes, balsas e pequenas embarcações.
Percebendo o crescimento nessa área, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) lançou o edital RH-Naval, que tem como objetivo conceder bolsas de mestrado e de doutorado a profissionais interessados em realizar curso de pós-graduação stricto sensu na área de engenharia naval.
O edital, que já está aberto, prevê a aplicação de R$ 3.259.840,00 (três milhões, duzentos e cinquenta e nove mil, oitocentos e quarenta reais) para financiamento de até 20 bolsas de mestrado e dez bolsas de doutorado. Serão concedidas bolsas com duração entre 12 e 24 meses e auxílios como deslocamento, instalação e dissertação.
A diretora-presidenta da Fapeam, Maria Olívia Simão, conta que é um incentivo que o Governo do Estado oferece por meio da fundação “Houve uma necessidade, que o próprio sindicato solicitou, os estudantes podem ir para outros estados que ofereçam cursos com áreas estratégicas, possibilitando ao Amazonas receber cada vez mais mão de obra de alto nível”, avalia.
Para Bruna Lins, estudante de engenharia naval pela UEA, a ideia de se incentivar a formação de mão de obra local é inovadora. “Existe muito preconceito com quem faz engenharia naval aqui no Amazonas, pois dizem que não tem emprego, muitos já pensam em ir para Santos depois que se formarem. A ideia é ótima e vai incentivar mais e mais pessoas a fazerem engenharia”.
A estudante afirma também que o diferencial do curso no Estado é a preparação para se trabalhar com embarcações tanto de pequeno como de grande porte, no mar ou no rio. “No Sudeste se pensa muito em grandes embarcações e trabalham apenas a questão do mar. Aqui nós temos os barcos ribeirinhos, o projeto da nossa universidade é nos tornar mais completos” conclui a universitária.
Autor: D24am