Turbinas eólicas costumam ser cata-ventos gigantescos, com muitas centenas de metros, para capturar vento suficiente para gerar quantidades apreciáveis de energia.
A maior turbina eólica do mundo, por exemplo, ao girar, desenha um círculo de 154 metros de diâmetro.
Mas por que desperdiçar as brisas, e mesmo o ar da respiração, se há ocasiões em que se necessita de muito pouca energia?
Smitha Rao e seus colegas da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, decidiram construir uma turbina de vento liliputiana, que possa ser usada para soprar energia para aparelhos muito pequenos, como sensores ou mesmo celulares e outros aparelhos móveis.
A microturbina eólica, que mede 1,8 milímetro de diâmetro, é um MEMS, um sistema microeletromecânico – cabem 10 delas sobre um grão de arroz.
A pesquisadora usou conceitos de origami e técnicas de fabricação da indústria de semicondutores, mas teve que se virar para encontrar uma liga metálica flexível o suficiente para obter uma boa funcionalidade.
“O problema com a maioria dos MEMS é que os materiais são muito quebradiços. Com a liga de níquel, nós não tivemos esse problema. Ela é muito, muito durável,” afirmou.
Painéis de vento
Além da geração de eletricidade, a equipe pretende explorar a tecnologia desenvolvida neste projeto para a construção de microrrobôs e redes de sensores.
Segundo Smitha, graças às suas pequenas dimensões, painéis com milhares desses moinhos de vento em miniatura poderiam ser montados nas paredes das casas e coletar energia para iluminação, segurança, sensores ambientais ou comunicações sem fio.
O trabalho já atraiu a atenção de uma empresa de Taiwan, a WinMEMS Technologies, que se ofereceu para fabricar os primeiros protótipos e verificar a viabilidade de colocar as microturbinas eólicas no mercado.
“A companhia se mostrou surpresa com a ideia da microturbina de vento quando lhes mostramos um vídeo com um protótipo funcional. Era algo completamente fora do trivial para eles e seus investidores,” conta Smitha.
Autor: Inovação Tecnológica