Serviço identifica focos e tipos de entregas, além de outros dados qualitativos como impactos no trânsito (Foto: MIT/Divulgação)
Cidades que crescem rápido e não investem o suficiente em infraestrutura e urbanização tendem a apresentar problemas graves, como o trânsito caótico. Os engarrafamentos intermináveis afetam as entregas de produtos e todo o funcionamento da cadeia de suprimentos. O resultado é um encarecimento no preço final e muito prejuízo, tanto para empresas quanto para consumidores.
Para tornar mais inteligente o processo de identificação e solução de problemas na área, pesquisadores do Massachussets Institute of Technology (MIT) desenvolveram um projeto que mapeará as atividades logísticas de diversas megacidades ao redor do mundo.
A plataforma, online e colaborativa, funciona em tempo real: alguém acompanha todo o fluxo de entregas em determinada região da cidade, tomando nota não apenas da quantidade, como também do tipo de veículo e impactos gerados no trânsito local. “Precisamos aprender mais sobre a logística nas megacidades, principalmente porque ela representa o futuro da urbanização”, afirma Edgar Blanco, diretor de pesquisa no MIT e idealizador do projeto.
Segundo Blanco, as políticas públicas costumam ser mais focadas em necessidades básicas, como água encanada e redes de esgoto, mas deixam em segundo plano a questão da circulação dos bens. “Nós não apenas temos que desenhar melhores sistemas logísticos nas cidades, como também precisamos de cidades que sejam melhor desenhadas para a logística”, diz. As informações podem facilitar medidas do poder público como implantações de estacionamentos, ciclovias e ruas, ou também proibir ou incentivar a circulação de caminhões ou vans em determinadas regiões.
À medida que a base de dados for crescendo, a iniciativa também poderá facilitar a comparação entre diversas grandes metrópoles. Casos que se mostrarem efetivos em determinada cidade podem muito bem ser úteis para alguma outra que tenha condições parecidas. “Talvez o que funcione em uma área de Mumbai possa funcionar também na Cidade do México”, diz Blanco.
Autor: Galileu