O governo federal deve lançar em trinta dias um edital para projetos agrícolas. Será uma concessão de uma área de 17,2 mil hectares em Guadalupe, no interior do Piauí.
A empresa vencedora do leilão terá de investir ao menos R$ 192 milhões em infraestrutura de irrigação na propriedade e poderá explorar o local por 35 anos.
É a primeira vez que o Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) usa esse modelo de concessão para projetos do tipo, de acordo com Laucimar Gomes Loiola, diretor do órgão.
Até agora, o próprio governo investia integralmente na infraestrutura para, depois, dar destinação aos terrenos.
“A mudança vai dar mais celeridade à ocupação e, consequentemente, alavancar o desenvolvimento agrícola”, afirma o diretor.
Descontadas a reserva legal que deverá ser protegida e uma parte não irrigável da propriedade, o espaço produtivo será de 10,2 mil hectares.
Além do aporte financeiro, o grupo vencedor também terá de incluir pequenos produtores e agricultores familiares em 37% do espaço.
“No restante do perímetro, a empresa poderá fazer a exploração direta”, diz.
A mesma região já tem em funcionamento um programa de agricultura irrigada, fruto de uma etapa inicial na qual o governo investiu R$ 148 milhões, segundo Loiola.
Essa primeira fase produziu R$ 11,3 milhões em fruticultura ao longo do ano passado, além de R$ 382 mil com outras culturas.
Autor: Folha de S.Paulo