A partir de hoje, iniciamos neste espaço a inserção de artigos exclusivos de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa no âmbito da visão econômica.
O tema “sustentabilidade”, necessário no mundo dos negócios nos dias que correm, tem na engenharia pilares fundamentais.
Interessante destacar que uma das mais antigas contribuições para este tema é proveniente da engenharia. Em 1896, o químico sueco Svante A. Arrhenius (1859/1927) preconizava que “A emissão de dióxido de carbono elevará a temperatura do Planeta”. Esta afirmativa foi feita há uma centena de anos!
Na verdade, a cultura nórdica está atrelada a sustentabilidade no DNA do povo. Afirmamos isso porque a primeira legislação ambiental deu-se na Suécia há cerca de 500 anos.
Nessa história, nos vemos como um país diferente. Nossa cultura se manifesta de forma única no planeta. A independência política do Brasil em 1822 ocorreu quando a exaustão da relação com Lisboa se evidenciava havendo, portanto um divórcio amigável onde os conjugues entenderam que o melhor era separar-se, com dores, porém sem sangue. A Proclamação da República apresentou a mesma moldura, cabendo a D. Pedro II seguir ao exílio, sem nenhum tiro, na época em que Arrhenius completara 30 anos.
Sendo assim, é natural que as mudanças ocorram em nosso país e consequentemente em nossas empresas, não por açodamento e sim por acomodação das camadas, pois até geologicamente estamos acomodados no meio da placa tectônica, resultando que abalos sísmicos não são sentidos por aqui. Sistema “terremoto” por aqui não funciona.
Isto baliza especialmente ao empresariado a obrigação desde já em aculturar as organizações, com uma política sustentável, atrelada ao nosso tempo e ao nosso jeito, pois estas transformações dar-se-ão no Brasil, através desse modelo histórico.
Pesquisa de 2013 da PricewaterhouseCoopers aponta que o maior fator de incentivo a inovação nas empresas é “Cultura da empresa” e “ Visão do líder”, que somados respondem por 52% da pesquisa.
Importante destacar que tecnologias e recursos financeiros, não foram sequer citados pelos entrevistados.
Considerando que por definição recurso é algo limitado, investir em sustentabilidade é uma escolha que cabe ao empresariado fazer, e sem grandes terremotos. Significa simplesmente investir em pessoas antenadas nessas novas necessidades que estão aí no mercado.
É razoável imaginar que a cultura sustentável está e estará cada vez mais, atrelada ao comportamento do consumidor requerendo especial atenção do empresariado visando fidelizar seus clientes.
A centenária feira de Varejo de Nova York (Retail´s Big Show), em 2013 apontou que 40% dos clientes compararam, através de um smartphone, os preços dos produtos que estavam adquirindo, dentro da loja, antes de adquiri-lo. Sendo assim, o perfil comportamental desse consumidor é de “comparar tecnologicamente” e decidir: isto sim, isto não!
Será que o consumidor brasileiro entrará um dia num stand de vendas de imóveis e através de um aplicativo irá comparar outros produtos disponíveis? Qual o impacto nos negócios ligados à Engenharia?
O tempo que essa cultura chegará ao Brasil ainda é discutível, mas difícil afirmar que não chegará, pois é do Brasil o aplicativo eleito o mais inovador no mundo, o Colab, onde o usuário informa numa Rede Social Cidadã, os problemas de mobilidade urbana e as Prefeituras vêm-se obrigadas a atender essas queixas, sob a pena de serem dilaceradas ante a opinião pública.
A visão inovadora do mundo atual é um caminho sem volta. Contudo somente 3 empresas brasileiras aparecem entre as 100 primeiras listadas pela Revista Forbes, valendo destacar que a Natura é a mais bem colocada ocupando a décima posição.
Coincidência? Simultânemente a citada empresa aparece nas terras tupiniquins em primeiro lugar na gestão de marcas da revista Exame de 2013, por apresentar uma atitude sustentável e coerência entre a prática e o discurso.
A questão agora é como iremos construir o futuro dos nossos empreendimentos.
Qual DNA queremos para nossas organizações e como estamos nos preparando para esses novos tempos, onde as pesquisas mostram que, de um lado temos funcionários que almejam uma liderança inovadora e saudável nas empresas e de outro lado temos um consumidor arisco e antenado.
Convenhamos, isto nem muito moderno é. Aí está Arrehnius para nos auxiliar e talvez, envergonhar alguns.