O professor José Carlos Armelin é engenheiro, músico e cicloativista. E nas horas vagas gosta de se dedicar às suas invenções, que ele prefere chamar de “arranjos” em uma tentativa de diminuir o impacto das descobertas. Uma delas, no entanto, tem chamado a atenção mesmo assim. Trata-se de um mini gerador que, acoplado à bicicleta, é capaz de gerar força suficiente para manter uma televisão ligada, ou garantir energia para os instrumentos, amplificadores e caixas acústica de uma banda com quatro músicos.
“Eu chamo de pedal sustentável, que é um gerador que eu fiz há uns cinco anos e agora lancei uma versão comercializável”, conta o professor de engenharia mecânica de Santa Babara Do Oeste. “Ele é capaz de gerar 150 Watts após uma hora de pedalada a uns 20 km/h”, afirma.
A ideia do projeto, ele conta, surgiu quando ele tinha 10 anos de idade e ganhou do tio um dínamo, um aparelho que converte energia mecânica em elétrica e era usado nas bicicletas do passado para fazer funcionar, por exemplo, uma lanterna. “Na verdade, o que eu uso hoje é um dínamo, só que muito mais potente, há ponto de fazer funcionar uma banda inteira”, explica Armelin, que acumula as funções de baterista e gestor de energia da grupo musical CO2 Zero.
“É uma banda de rock pop. A gente tem músicas sobre meio ambiente, andar de bicicleta, carona solidária, essas coisas”, conta. “A diferença é que toda a energia é gerada por bicicletas. O público vai pedalando para fornecer energia para os instrumentos. Sele eles param de pedalar, acontece um black out na banca, mas isso faz parte do charme da apresentação.”
Lançada para os consumidores há um mês, o conjunto de gerador e suporte para a bicicleta (ele funciona com a bike estática, como uma bicicleta ergométrica) é comercializado por R$ 1,8 mil e pode ser encontrado pelo Mercado Livre. Dois quites já foram negociados e a expectativa do professor, que tem seu negócio enquadrado na modalidade contábil de Empreendedor Individual, é a de vender duas unidades por mês em média.
“O preço é meio caro, mesmo. Mas é que eu pago todos os impostos e isso deixa o produto com valor mais alto”, revela o empresário, que terceiriza a usinagem das peças em empresas da região e monta tudo em uma bancada no quintal de sua casa.
Autor: O Estado de S.Paulo