Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Tecnológica de São Paulo (IPT) desenvolveram uma tecnologia que está permitindo que empresas de pequeno porte reduzam significativamente seu gasto de energia e suas emissões de gases.
Diversas empresas produzem óxido de zinco empregando o gás natural como principal insumo energético no processo industrial.
O óxido de zinco tem larga aplicação industrial, que vai desde a fabricação de tintas e compostos químicos, até medicamentos e alimentos.
A parte principal do processo é aquela em que lingotes de zinco são fundidos em um forno do tipo cadinho.
“Os gases de combustão efluentes do forno são descarregados sem qualquer recuperação de energia na atmosfera, por meio de uma chaminé,” conta o pesquisador Renato Vergnhanini.
Mas agora não precisa ser mais assim.
Preaquecedor
Vergnhanini e seus colegas desenvolveram um sistema de retroalimentação que permite a recuperação do calor não-aproveitado e sua utilização para o preaquecimento do ar que entra no forno.
O preaquecedor de ar consiste em um tubo formado por anéis justapostos, de forma a aumentar a área de transferência de calor.
Segundo o pesquisador, essa configuração pode ser considerada inovadora porque permite que o desempenho do equipamento seja aumentado com facilidade pela inserção de anéis adicionais.
No ensaio de avaliação do desempenho do preaquecedor de ar, com duração aproximada de 30 horas, ou cinco ciclos de operação do forno, o laboratório móvel do IPT monitorou os principais parâmetros operacionais do processo.
No período de ensaio, o forno foi alimentado com 2.610 quilogramas de zinco. Foram produzidos 2.991 quilogramas de óxido de zinco e consumidos 403,9 metros cúbicos de gás natural, indicando um consumo específico de 0,155 metro cúbico de gás por quilograma de zinco.
Este consumo é 28% inferior ao verificado no ensaio anterior, sem o trocador de calor instalado.
“Há, ainda, um importante ganho ambiental, pois deixariam de ser lançadas anualmente na atmosfera cerca de 170 quilogramas de óxidos de nitrogênio e 170 toneladas de dióxido de carbono, que é um dos gases causadores do efeito estufa,” concluiu o pesquisador.
Autor: Inovação Tecnológica