Que tal substituir o “Made in China” por um “Feito por Mim Mesmo”?
Esse é o sonho da proposta “Era das Máquinas Livres”, uma quarta revolução industrial em que cada pessoa poderá ter sua própria fábrica de qualquer coisa.
Recentemente listadas entre as 10 tecnologias que podem salvar a economia mundial da crise atual, as impressoras 3D prometem fazer de tudo, de orelhas artificiais para implantes até bases na Lua.
E, se o assunto é a democratização da capacidade de produção, o sonho agora ficou mais próximo da realidade.
Recicle você mesmo
Apesar de já existirem projetos de hardware livre de impressoras 3D, e sites como o Thingiverse, que disponibilizam um “universo de coisas” para serem fabricadas por qualquer um, a matéria-prima das impressoras 3D ainda precisa ser comprada.
Em lugar de tinta, essas impressoras fazem sua fabricação aditiva depositando camadas de filamentos plásticos derretidos umas sobre as outras.
O Dr. Joshua Pearce, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, está desenvolvendo uma forma para que cada um possa também criar a matéria-prima de sua impressora 3D em casa.
“Um dos impedimentos para uma disseminação ainda maior [das impressoras 3D] é o custo do filamento,” justifica ele.
Todo o mundo tem frascos plásticos em casa, que nem sempre podem ser enviados para reciclagem devido à falta de sistemas de recolhimento.
Assim como “fabrique você mesmo”, a ideia de Pearce é “recicle você mesmo” – neste caso, fabricar os polímeros que sua impressora 3D possa usar para fabricar qualquer coisa.
Reciclagem de plástico em casa
O projeto consiste em uma unidade de reciclagem de plástico, que os pesquisadores batizaram de RecycleBot, uma máquina de reciclagem que qualquer pessoa pode construir em casa.
O processo ainda não é perfeito, mas já consegue produzir filamentos de polietileno de alta densidade (HDPE) razoavelmente adequados para as impressoras 3D.
E isso consumindo apenas o plástico que seria jogado fora, e energia elétrica equivalente a 1/10 do custo dos filamentos 3D comerciais – 20 frascos plásticos produzem 1 quilograma de filamento, que atualmente custa entre R$60 e R$100.
Os pesquisadores agora pretendem miniaturizar sua unidade de reciclagem de plástico para viabilizar sua fabricação e uso domésticos.
Bibliografia:
Distributed Recycling of Waste Polymer into RepRap Feedstock
Christian Baechler, Matthew DeVuono, Joshua Pearce
Rapid Prototyping
Vol.: 19 Issue: 2 2013
Autor: Inovação Tecnológica