Olhe a placa do seu computador, ou de qualquer equipamento eletrônico, e você facilmente entenderá porque é tão difícil reciclá-los.
Não é por falta de materiais valiosos, já que elas possuem até ouro e prata – um relatório recente já propõe uma mineração urbana para explorar as cada vez maiores reservas de lixo eletrônico.
O problema é que é extremamente difícil retirar os componentes que formam os circuitos eletrônicos.
Isso teria que ser feito retirando-se a solda de todos, um por um. E nem todos têm valor comercial que justifique o custo e o esforço.
Soltar na hora certa
Mas pode haver uma forma mais simples.
Foi o que demonstrou uma equipe do Laboratório Nacional de Física do Reino Unido, em parceria com as empresas In2Tec e Gwent Electronic Materials.
O grupo desenvolveu uma placa de circuito impresso cujos componentes podem ser facilmente removidos depois que a placa é imersa em água quente.
A base de tudo é uma família de polímeros desenvolvidos para atenderem a duas exigências principais.
A primeira é que, durante a vida útil do circuito, os componentes sejam mantidos no lugar, suportando os milhares de ciclos de aquecimento e resfriamento típicos do ligar e desligar dos aparelhos.
A segunda é que, ao final da vida útil do aparelho, a montagem possa ser desfeita rapidamente.
Reciclagem de placas de circuito impresso
Os materiais poliméricos foram dispostos em camadas sobre a placa de circuito impresso e demonstraram ter a resistência necessária para suportar o funcionamento do pequeno circuito de demonstração.
Ao final, basta mergulhar a placa na água quente para que todos os componentes se soltem, empurrados até por uma folha de papel.
Segundo os pesquisadores, hoje é possível reutilizar apenas 2% dos materiais fixados em uma placa de circuito impresso.
Quando a nova tecnologia for expandida para escala comercial, esse número poderá chegar a 90%.