Neste mês de setembro, universidades da Coreia do Sul recebem a primeira turma de 85 estudantes brasileiros aprovada pelo programa de intercâmbio Ciência sem Fronteiras, do governo federal, em parceria com o Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia da Coreia.
Conforme informou o embaixador do Brasil na Coreia do Sul, Edmundo Fujita, os estudantes, que foram recepcionados no domingo (9), em Seul, tiveram bolsas de estudos aprovadas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para cursos de graduação nas áreas de Engenharia e Ciência e Tecnologia.
Embora a Coreia não seja o destino mais popular para os brasileiros que desejam estudar no exterior, em relação aos Estados Unidos e a Europa, Fujita ressaltou que sua qualidade de ensino é superior aos centros mais divulgados. “Na verdade, a Coreia é um segredo bem guardado, que só agora está sendo reconhecido pelos entendidos como estando na vanguarda do conhecimento em áreas específicas”, disse o embaixador em discurso aos estudantes.
Na avaliação de Fujita, além de promover um intercâmbio de experiências e talentos entre jovens do Brasil e da Coreia, o programa deve trazer benefícios para a indústria. “O sistema de integração universidade-empresa tem que ser objetivo e aprender com bons exemplos. Temos estudantes que já têm patente registrada. É preciso aproveitar esse conhecimento técnico adquirido na universidade o quanto antes no mercado”, afirma o embaixador ao G1.
“A ideia do governo é atender a demanda da indústria para suprir e qualificar engenheiros e trazer inovação para o Brasil”, observa o assessor de Ciência e Tecnologia da embaixada brasileira, Daniel Fink. “As empresas sul-coreanas estão enfrentando problemas de falta de engenheiros [no Brasil] e um estudante que fez um estágio aqui [na Coreia] facilita muito o trabalho”, afirma.
Ainda em setembro, outros 15 estudantes da Unisinos e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul completam o intercâmbio em universidades sul-coreanas, também com bolsas da Capes e do CNPq. As bolsas foram concedidas no início do ano em uma primeira experiência o Ciência sem Fronteiras na Coreia. “O intercâmbio em Seul pode durar um ou dois semestres. Depois eles voltam para se graduar no Brasil”, explica Fink.
Estágio garantido
O programa inclui vagas de estágio para os estudantes brasileiros em empresas sul-coreanas. “Já garantimos vagas para todos os 91 alunos que estão na Coreia, incluindo seis estudantes que ingressaram no programa de intercâmbio no início do ano”, informa Fink.
O Hyundai Motor Group, um dos principais patrocinadores do projeto, pode receber até 60 estagiários nas áreas de Tecnologia da Informação, Engenharia e Construção. As empresas Samsung Electronics, Samsung Heavy Industries, a siderúrgica Posco e a fabricante de escavadeiras Doosan também oferecem vagas de estágio.
Próximas turmas
O primeiro edital para o programa de intercâmbio foi lançado em março deste ano para as disciplinas de Matemática, Ciência e Tecnologia e Engenharia. As inscrições para a turma do primeiro semestre de 2013 se encerram em 14 de setembro. A parceria educacional entre Brasil e Coreia tem duração de três anos. A última turma será graduada em 2015.
Em fevereiro de 2013 será iniciado o edital para o intercâmbio que se inicia no segundo semestre do ano que vem. Para se candidatar, o aluno deve ter completado no mínimo 20% e no máximo 80% do curso em sua faculdade no Brasil. Além da graduação, o programa também está aberto a inscrições para doutorado e pós-doutorado.
Segundo Fink, o programa está aliado às 11 melhores universidades da Coreia do Sul, incluindo a Universidade Nacional de Seul (SNU, na sigla em inglês), a Universidade da Coreia e a Universidade Pohang de Ciência e Tecnologia (Postech). Veja mais detalhes nosite do programa.
Autor: G1