Laboratório de terremotos vai chacoalhar prédio de 5 andares

O prédio-laboratório de cinco andares é totalmente equipado, incluindo ambientes residenciais, comerciais e até uma unidade de terapia intensiva de um hospital [Imagem: Jacobs School of Engineering/UC San Diego]

Enquanto os mantos da invisibilidade contra terremotos não chegam ao mercado, engenheiros criaram um laboratório capaz de monitorar os efeitos dos terremotos em um prédio inteiro.

Já existe um prédio-laboratório, uma estrutura onde podem ser encaixados módulos para testar conceitos de ambientes residenciais e comerciais.

Mas Tara Hutchinson e seus colegas da Universidade de San Diego, nos Estados Unidos, precisam de um prédio já completo para avaliar as consequências de um terremoto.

Por isso eles construíram um prédio de cinco andares totalmente equipado, incluindo ambientes residenciais, com cozinhas cheias de objetos de vidro, comerciais, com computadores e impressoras, e até uma unidade de terapia intensiva de um hospital.

O prédio tem todo o suprimento de água e energia, serviço de elevador, escadarias etc, de forma a simular com a maior fidedignidade possível os efeitos dos terremotos sobre edifícios de diversos tipos.

Tecnologias antiterremoto

O prédio-laboratório também está sendo usado para testar as tecnologias antiterremoto já disponíveis no mercado, sistemas de amortecimento geralmente feitos com rolamentos cilíndricos que permitem que o prédio ceda aos movimentos laterais do terremoto sem sofrer danos.

“Os testes terão um impacto significativo em como os engenheiros modelam os componentes não-estruturais de um edifício e como eles calculam as forças que precisam suportar durante um terremoto,” disse Hutchinson. “Esperamos que nosso trabalho ajude a evitar perdas desnecessárias de vidas e de propriedades.” 

Ao final dos testes com terremotos, os engenheiros planejam efetuar testes com incêndios pós-terremotos, geralmente ocasionados por vazamentos de gás. 


O prédio-laboratório também será usado para testar as tecnologias antiterremoto já disponíveis no mercado [Imagem: Jacobs School of Engineering/UC San Diego]

Simulação de terremotos

O prédio-laboratório recebeu mais de 500 sensores e 80 câmeras de vídeo, para documentar cada detalhe que possa ser afetado quando o prédio começar a chacoalhar.

Por exemplo, 230 acelerômetros vão permitir a comparação da diferença de movimentação dos componentes estruturais e não-estruturais do prédio.

Outros 160 sensores, incluindo receptores de GPS de alta resolução, vão medir os deslocamentos relativos entre dois pontos.

Outras dezenas de sensores vão medir a deformação nas fundações de concreto e nas colunas do prédio.

Serão simulados quatro grandes terremotos: Califórnia 1994 (magnitude 6,7), Alaska 2002 (magnitude 7,9), Peru 2007 (magnitude 8,0) e Chile 2010 (magnitude 8,8). 

Autor: Inovação Tecnológica