Miserável estado em que se acham os Rios Tietê e Tamanduateí, sem margens nem leitos fixos, sangrados em toda parte por sarjetas, que formam lagos que inundam esta bela planície. A frase escrita pelo poeta e estadista José Bonifácio em 1820 poderia muito bem ser reeditada todo ano, verão após verão, alagamento após alagamento. Desde quando São Paulo era apenas uma acanhada aldeia, as cheias sempre fizeram parte da memória paulistana, para o bem ou para o mal. Se por um lado a metrópole nunca se desenvolveria sem as enchentes constantes, essas mesmas enchentes viraram hoje o maior problema estrutural da capital.
Há exatos 170 anos, o governo investe em obras para tentar remediar as inundações. Década após década, no entanto, a precariedade dos rios e as promessas dos governantes só foram se empilhando e aumentando os efeitos das cheias, transformando as chuvas em um imenso e constante flagelo. No verão passado, por exemplo, seis pessoas morreram na capital, sem falar nos inúmeros problemas causados pelos alagamentos. Era de se esperar que algo fosse feito para evitar as tragédias no próximo verão. Mas, como já virou rotina para os moradores, muitas promessas foram feitas e pouco trabalho foi de fato concluído.
Com a ajuda de especialistas, o Estado listou os principais fatores que causam uma enchente tipicamente paulistana, o que foi prometido no último verão e o que foi realmente feito. O resultado é que, se não for pelo bom humor de São Pedro, a maior cidade do Hemisfério Sul não estará mais bem preparada para lidar com as chuvas que normalmente atingem a capital no fim do ano.
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Autor: O Estado de S.Paulo