São Paulo medirá o tamanho de sua Pegada Ecológica

A região mais industrializada do país medirá o tamanho de seu impacto ambiental. O projeto, chamado de Pegada Ecológica, vai avaliar qual é o uso dos recursos naturais em relação aos padrões de consumo dos paulistas.

O primeiro resultado será mostrado em 2012 na Rio + 20, a Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável. A medição da pegada será feita pela ONG WWF-Brasil em parceria com a prefeitura, o governo do estado de São Paulo, além da sociedade civil organizada. O trabalho deverá ser atualizado a cada dois anos.

Além de calcular o impacto ambiental de paulistas, os especialistas vão avaliar qual seria a área necessária para que todas as emissões de gás carbônico fossem absorvidas. Em Campo Grande (MS), onde trabalho semelhante já foi feito pela WWF-Brasil, a pegada ecológica é de 3,14 hectares globais por pessoa. Isso significa que, se todas as pessoas do planeta tivessem o mesmo consumo de Campo Grande, seriam necessários quase dois planetas para alimentar esse estilo de vida.

– A pegada ecológica considera principalmente os recurso naturais renováveis, sem avaliar a agenda marrom: o lixo ou o consumo de água. Quando mostrarmos a área necessária para sustentar um padrão de consumo, temos a possibilidade iniciar um outro diálogo com a população. A pegada ecológica é uma ferramenta que diz: você está efetivamente consumindo demais em relação ao que existe disponível – explicou o coordenador do programa cerrado e pantanal do WWF-Brasil Michael Becker, que responde pelo programa de pegada ecológica em São Paulo.

A coordenadora de biodiversidade e recursos naturais da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Helena Carrascosa, diz que a pegada ecológica vai permitir identificar oportunidades de políticas públicas e ações para melhorar o padrão de consumo:

– Já temos adotado políticas de compras públicas voltadas para a sustentabilidade, poderemos identificar outras oportunidades.

Na primeira fase da pegada ecológica em São Paulo, deverão ser investidos cerca de R$ cem mil. O valor deverá aumentar quando forem traçadas as estratégias de mitigação. Para Nelson Pereira dos Reis, vice-presidente e diretor de meio ambiente da Fiesp, as empresas também podem ter mais eficiência energética:

– Como elas podem melhorar sua performance na conservação e reuso de água.

Autor: O Globo