Como a análise da deformação de automóveis pode ajudar a evitar desastres petrolíferos

Esta é a pergunta de um bilhão de dólares para as gigantes da perfuração offshore: o desastre da Deepwater Horizon poderia ter sido prevenido? O Brasil tem como explorar as riquezas do pré-sal sem pôr em risco todo o seu litoral? Os pesquisadores do Laboratório de Impacto e Resistência a Choque do MIT podem ter encontrado ao menos uma resposta parcial: o mesmo tipo de modelagem que prevê se a estrutura do carro terá resistência pode também antever se os dutos de uma perfuração offshore podem se quebrar. Um duto fraturado pode representar a diferença entre uma operação estável e um imenso derramamento de petróleo.

O método dos pesquisadores do MIT combina simulações computadorizadas com experimentos físicos para prevenção. Na indústria automotiva isso é feito cortando amostras de um material como o aço, preenchendo a amostra com pequenos pontos e depois colocando-o em uma máquina onde ele será bombardeado por diferentes tipos de cargas estruturais. Uma câmera tira fotos do material durante o impacto e as envia a um computador que mapeia os pontos em uma grade para apontar onde ocorreram as deformações.

Um método similar de testas a variação de tamanhos e formas dos materiais sob vários níveis de pressão também pode ajudar a trabalhar com os dutos em perfurações em águas profundas (algo que a Petrobras deve precisar na exploração do pré-sal), que são constantemente submetidos à pressão intensa.

Os pesquisadores testaram sua teoria ao simular as condições do desastre da plataforma Deepwater Horizon, ocorrido no ano passado, com um modelo computadorizado da perfuradora e a reconstrução do acidente. O resultado: o modelo previu corretamente tanto a localização quanto o tipo de quebra que causou o vazamento.

No futuro as petrolíferas podem usar a pesquisa do MIT – que é parcialmente patrocinado pelo grupo Royal Dutch Shell (a proprietária dos postos Shell) – para escolher materiais mais flexíveis que não quebrarão sob pressão severa.

A tecnologia pode não prevenir desastres futuros por si só, mas quando combinada com outros sistemas – como os sensores de plataformas offshore da Intel – poderá ao menos atuar como uma precaução contra os vários acidentes da indústria petrolífera.

Autor: Jalopnik