A troca de 500 pontos de ônibus de madeira por postes de eucalipto, prevista agora em um pregão eletrônico da Prefeitura de São Paulo, provocou críticas de empresas contrárias à medida. As contestações são de que o governo fomenta o avanço de uma cultura que tem causado danos à mata atlântica e aos lençóis freáticos do Estado. A Prefeitura defende a medida e quer estendê-la para 12 mil pontos.
Um dos boletins de contestação publicado no Diário Oficial da Cidade defende o uso da madeira ecológica de plástico e acusa a Prefeitura de fomentar um plantio questionado juridicamente em três cidades da região do Vale do Ribeira, na divisão entre São Paulo e Paraná. A argumentação também diz que a secagem desses postes após a lavagem demora até três meses e é feita com arsênico, produto altamente poluente. As empresas ainda ressaltam que o poste de eucalipto dura em média três anos, ante os sete anos da madeira ecológica.
‘Choradeira’- O governo argumenta que “as especificações dos pontos de madeira de eucalipto estão de acordo com as legislações vigentes” e os questionamentos jurídicos ao plantio se limitam a três cidades do Vale do Paraíba.
Para empresas que disputam o pregão, entretanto, o material usado para proteger o eucalipto contra fungos e cupins também pode causar danos ambientais.
Já a ONG SOS Mata Atlântica apoia o plano. “Hoje 70% da madeira comercializada em São Paulo é ilegal. É claro que usar o eucalipto de replantio é melhor opção. As empresas que vivem do comércio da madeira estão articulando essa choradeira para barrar uma medida ótima”, avaliou Mário Mantovani, coordenador da SOS.
Autor: O Estado de S.Paulo