Os atletas que se inscreveram para participar da competição nacional de Biatlo e Triatlo Moderno neste sábado (16) se depararam com um adversário bem antidesportivo no cenário das provas no Círculo Militar da Vila Militar (CMVM), em Deodoro, Zona Oeste do Rio. Um enorme bloco de concreto caiu da lateral da piscina para dentro d'água, interditando duas raias. A falta de manutenção do espaço é rotina no local e revela mais um desperdício de dinheiro público.
A piscina em questão foi construída com verba federal como parte das instalações para as provas de Pentatlo Moderno nos Jogos Pan-Americanos na cidade, em 2007, onde o Brasil foi medalha de ouro com a pernambucana Yane Marques. Após a competição, o Ministério do Esporte deixou para o Exército a administração do espaço para mantê-lo e permitir o acesso a atletas profissionais e amadores.
“Tem dias que não há nem cloro na piscina. Há pouco tempo, ela chegou a ficar fechada por três meses porque a água estava bastante suja, pois a limpeza não vinha sendo feita”, relata uma atleta profissional que não quis se identificar.
Muitos esportistas utilizam o local para o aperfeiçoamento de resultados. Dentre eles, está a delegação carioca do Pentatlo Moderno. Além da Natação, o esporte é formado ainda por Esgrima, Hipismo, Tiro Esportivo e Corrida.
É do CMVM que saem alguns atletas brasileiros que representam o país em competições internacionais do esporte. A delegação carioca enviou representantes para os Jogos Mundiais da Juventude, em 2010, em Cingapura, e para a primeira etapa da Copa do Mundo de Pentatlo Moderno, em fevereiro deste ano nos Estados Unidos.
Segundo os freqüentadores do espaço, os problemas do Circuito Militar não se restringem somente a piscina e vêm acontecendo por causa da arbitrariedade na tomada de decisões pela administração do local. A sensação, para os atletas, é que a presença deles não é bem-vinda.
“A piscina não funciona mais às segundas e aos sábados. Com isso, perdemos dois dias na semana de treino. Quando ela ficou fechada, usamos a social de 25 metros e fomos proibidos de colocar raias. Nadávamos ao lado dos sócios militares. A Esgrima e o Tiro já foram trocados de lugar inúmeras vezes. Um é mantido em local bem distante do outro. Por vezes, nós mesmos tivemos que desmontar e carregar os equipamentos. A conservação do local é bem precária, com mato alto por todo o lado, e, recentemente, passaram a cobrar estacionamento indevidamente”, enumera um atleta que também preferiu não se identificar.
O GLOBO não conseguiu contatar representantes da administração do Círculo Militar da Vila Militar neste domingo (17).
Autor: O Globo