IE na imprensa – Para não parar, trólebus vai ganhar bateria

Prevista para ser trocada até o fim de 2012, a frota de trólebus da cidade de São Paulo vai receber veículos com baterias capazes de armazenar energia elétrica. Isso daria autonomia para o veículo circular mesmo se a eletricidade da rede de cabos suspensos for desligada.

Essa pode ser a solução para um problema frequente do trânsito da capital. Segundo levantamento da Viação Himalaia – empresa que opera o sistema na cidade – entregue ao Ministério Público no ano passado, cada trólebus para de rodar, em média, sete vezes por dia por causa de quedas de energia.

Um protótipo do novo trólebus deve ser apresentado à Prefeitura até o fim de abril, segundo o secretário Municipal dos Transportes, Marcelo Cardinale Branco. “O trólebus é o sistema mais adequado do ponto de vista ambiental. Não polui e faz pouco barulho”, disse Branco.

Serão substituídos 140 veículos de um total de 200 que circulam pela capital paulista. Os trólebus transportam 2,5 milhões de passageiros por mês por 11 linhas – a maioria na zona leste e no centro da cidade.

Além de prometer a renovação da frota, o secretário afirmou que lançará uma licitação para reformar a rede elétrica. Antes administrada pela AES Eletropaulo, a rede passou para a Prefeitura. A requalificação dos 137 quilômetros de cabos levará “no máximo três anos”, segundo a São Paulo Transportes (SPTrans), pois terá de ser feita de madrugada.

A falta de manutenção e os remendos nos cabos são dois motivos para as quedas de energia, mas não são os únicos. As ruas esburacadas fazem com que o veículo ande em solavancos, o que desgasta os equipamentos. Além disso, os motoristas têm de ser mais cuidadosos do que os condutores de ônibus normais; uma curva malfeita e as hastes que ligam a rede ao trólebus se soltam dos fios.

Além do uso de tecnologias novas para evitar que os veículos parem a todo momento, especialistas em transportes defendem que os trólebus circulem em corredores exclusivos.

Autor: O Estado de S.Paulo