O nome técnico do aparelho é Registrador Multipropósito Modular para Monitoramento Remoto – mas ele atende também por Caipora.
Pertencente a uma categoria emergente de equipamentos de monitoramento ambiental, o Caipora pode ser conectado a vários sensores, que podem monitorar parâmetros sobre o ar, a água e o solo.
A criação é dos pesquisadores Alexandre Benevento, do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), e Geraldo Cernicchiaro, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), que estão aperfeiçoando o equipamento desde 2006.
Monitoramento da água
Segundo Benevento, o uso atual do Caipora está mais focado no monitoramento da água.
“Hoje o que fazemos melhor é monitorar parâmetros físico-químicos de água. Mas, com os sensores adequados, podemos também monitorar os parâmetros de ar, como os de poluição e gases de efeito estufa”, conta o pesquisador.
O Caipora trabalha com processamento distribuído. Em vez de um processador de alta capacidade que gerencie tudo, no registrador multipropósito cada placa eletrônica tem um processador. De acordo com Benevento, isso dá versatilidade ao equipamento.
Outra vantagem do processamento distribuído é a drástica redução de custos. “Os microcontroladores são baratos e, como são distribuídos, não precisam ter uma capacidade de processamento muito grande, o que otimiza ainda mais o custo,” explica.
Bateria e energia solar
Ainda na sua primeira fase, o Caipora passou a ter um modelo com placas alimentadas por baterias, o que permite fazer o monitoramento em campo.
“Nós queríamos algo que se encaixasse bem no ambiente industrial,” conta Benevento. Então, surgiu o formato de uma caixa industrial com o cabo do transdutor na lateral do aparelho.
Atualmente, o Caipora está na fase dois. O registrador multipropósito tornou-se uma maleta, ou seja, é inteiramente portátil. Além disso, o cabo que liga o sensor, o próprio transdutor que monitora os parâmetros da água, as baterias, e toda a eletrônica, ficam dentro da maleta.
O aparelho fica ligado a um modem que transmite as leituras à distância para um computador. “O transdutor vai para o Caipora, faz as medidas, registra em cartão de memória e, se programado, manda os dados por rede 3G ou internet”, explica o o pesquisador.
O equipamento também já é dotado de um painel solar, permitindo que o monitoramento seja feito em qualquer lugar, mesmo em áreas onde não há disponibilidade de rede de energia elétrica.
Autor: Inovação Tecnológica