Radiômetro: sensor encontra focos escondidos de fogo

Montado sob um dirigível, o radiômetro conseguiu detectar focos de incêndio até sob uma camada de terra no solo

Pesquisadores alemães desenvolveram um sensor capaz de detectar fogo onde só parece haver fumaça.

Incêndios que produzem uma grande quantidade de fumaça são particularmente difíceis de combater porque é difícil detectar e alvejar diretamente a origem do fogo.

O novo sensor radiométrico pode localizar o coração das chamas, mesmo quando a visibilidade é limitada ou impossível, como sob uma camada de terra.

Fogo escondido pela fumaça

As câmeras de infravermelho são o principal recurso dos bombeiros atualmente, uma vez que o fogo brilha mais intensamente na faixa do infravermelho.

Embora sejam úteis sobretudo para o combate de incêndios a partir do ar, as câmeras de infravermelho não funcionam em condições de muita poeira e fumaça, como em incêndios florestais.

Os engenheiros do Instituto Fraunhofer encontraram uma maneira de contornar este problema criando um radiômetro que rastreia o fogo mesmo quando a visibilidade é limitada.

O sensor funciona na faixa de micro-ondas, entre 8 e 40 GHz. Nessas frequências relativamente baixas a radiação sofre menos interferência das partículas poeira do que nas frequências muito mais altas do infravermelho.

“As partículas de poeira e fumaça são praticamente transparentes na faixa de micro-ondas, mas a radiação [térmica emitida pelo fogo] ainda é forte o suficiente para que se possa detectar a origem de um incêndio.

“De uma altura de 100 metros, fomos capazes de localizar fontes de incêndios medindo cinco por cinco metros em condições de baixa visibilidade,” explica a Dra. Nora von Wahl, engenheira-chefe do projeto.

Radiômetro

O radiômetro é formado pelos sensores propriamente ditos, por uma antena e pelo software para processar e mostrar as imagens do fogo.

A resolução do sistema todo é determinada sobretudo pela abertura angular da antena – a precisão depende do tamanho da antena, da frequência e da distância do solo.

Utilizando uma antena de 20 centímetros na borda externa, operando com uma frequência de 22 GHz a uma altura de 30 metros, o radiômetro pode resolver detalhes sobre o terreno com uma precisão de 2,6 metros.

“O radiômetro não nos dá tantos detalhes como uma câmera de infravermelho,” diz a pesquisadora, “mas se aumentarmos o tamanho da antena podemos obter uma maior resolução.”

Fogo escondido

O sensor radiométrico permite localizar focos de incêndio mesmo atrás de uma cortina de folhagens ou no subsolo.

“Depois de um incêndio florestal, é frequente que novos incêndios comecem a partir do subsolo. Para encontrar esses focos os bombeiros têm de entrar e vasculhar à mão. Nosso radiômetro pode detectar incêndios até abaixo da camada superficial de terra,” diz von Wahl.

O radiômetro mede 10,5 por 15 por 7 centímetros. Mas os engenheiros afirmam que este é somente um protótipo, que logo se tornará ainda menor.

Autor: Inovação Tecnológica