O presidente do Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), Agostinho Guerreiro, culpou as prefeituras ontem ao apresentar relatório preliminar dos técnicos sobre as chuvas na Região Serrana e disse que 80% dos mortos poderiam ter sido salvos.
Segundo ele, “se as prefeituras cumprissem as leis brasileiras, 80% das vidas daquelas regiões não teriam sido perdidas”.
Até ontem, eram registradas 838 mortes e havia mais de 500 pessoas desaparecidas na região.
O documento critica a falta de fiscalização do Código Florestal, que proíbe a ocupação das áreas de proteção permanente, como topos de morros, e a falta de plano de contingência para emergências, além de sugerir construção de barragens ao longo das encostas e de parques estrategicamente localizados para servirem de bacias de retenção das águas pluviais.
“Obras emergenciais, de curto prazo e relativamente baratas, devem ser feitas até o próximo ano”, acrescentou o presidente do Crea.
Poeira traz doenças
Nova Friburgo ainda terá um ano de doenças em decorrência dos temporais e deslizamentos de terra, previu a secretária municipal de Saúde, Jamila Calil, em entrevista à Agência Brasil.
A perspectiva é de que a situação se agrave devido ao aumento dos problemas provocados pela grande quantidade de sujeira e poeira que toma conta do município.
A secretaria prevê mais casos de doenças respiratórias e de pessoas com ferimentos infeccionados.
Autor: Destak