A área do estacionamento da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) que recebeu o pavimento permeável, ou antienchente, é destinada apenas para veículos leves. A capacidade de tráfego do espaço é uma das principais questões testadas pelos engenheiros da instituição, que há um ano monitoram o local. Esses testes são decisivos, já que a saída do protótipo da universidade para as ruas também depende da sua resistência.
Até o final de dezembro, a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) do município de São Paulo, parceira vital do projeto, deve concluir uma norma para o uso dessa pavimentação em vias públicas. Além da capacidade de tráfego, a regulamentação deve prever em que locais será possível instalar o pavimento.
Para construções como edifícios, casas e empreendimentos comerciais, a capital paulista já conta com uma lei que estabelece a necessidade de áreas permeáveis em uma porcentagem que varia entre 15% e 30%. A ideia é que mais áreas contem com esse tipo de estrutura.
Mestre em engenharia de transporte e engenheiro civil da Siurb, Afonso Virgiliis entende a nova norma como um passo muito importante para uma urbanização mais adequada aos atuais problemas que a cidade enfrenta, como as enchentes.
– Com a regulamentação, poderemos incluir a exigência do pavimento permeável em licitações públicas – diz Virgiliis.
Outro avanço importante é o levantado pela professora do Departamento de Engenharia de Transporte da Poli-USP, Liedi Bernucci. Depois do sucesso na armazenagem e no encaminhamento da água da chuva para a rede de drenagem urbana, as novas pesquisas pretendem analisar a qualidade da água que fica retida nas duas camadas de base granular.
– O custo é mais alto, mas com a qualidade atestada, pode ser possível reutilizar essa água – garante Liedi.
Regar plantas em parques e praças públicos, por exemplo, é uma das possibilidades levantadas para a água da chuva que é captada pelo pavimento.
Autor: Jornal de Santa Catarina