Semáforos inteligentes ajudam a reduzir congestionamentos, diz estudo

Segundo os resultados, semáforos que agem automaticamente, de acordo com as condições locais, melhoram as condições do trânsito.

Os novos equipamentos também ajudam a reduzir as emissões de poluentes e a poupar dinheiro, indica a pesquisa.

“A tecnologia empregada nos semáforos de nova geração mede o fluxo de veículos em cada cruzamento e coordena a abertura e o fechamento dos demais semáforos instalados na região”, explica um relatório divulgado recentemente pelos cientistas do Santa Fe Institute, nos Estados Unidos.

“A capacidade de adaptação e o modo como o sistema reage às condições do trânsito são interessantes”, afirma Gábor Orosz, engenheiro mecânico da Universidade de Michigan.

O principal objetivo dos sistemas de controle de tráfego é a chamada “onda verde”, a sequência de semáforos abertos que permite que os veículos passem, cruzamento após cruzamento, sem precisar parar ou esperar muito.

Quando isso acontece, nenhum motorista perde tempo preso por longos períodos no sinal vermelho. Os cruzamentos também não ficam tão cheios de veículos, aguardando pela abertura do sinal, a ponto de não haver espaço para carros que chegam de outro sinal verde.

Alguns dos semáforos usados atualmente são programados de acordo com os horários de rush. Entretanto, esse sistema não é tão eficiente na prática quanto são na teoria.

Em entrevista ao Science News, Dirk Helbing, cientista especializado em sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça e co-autor do estudo, explica que a situação de trânsito médio nunca acontece. Dessa forma, segundo ele, os semáforos programados por faixa de horário não são eficientes.

A nova tecnologia de semáforos inteligentes usa dois sensores em cada cruzamento para medir a quantidade de veículos e ajustar os tempos de abertura e de fechamento. Um desses sensores mede o fluxo de veículos que chega ao cruzamento. O outro mede o fluxo que deixa o cruzamento.

A abertura e o fechamento do semáforo são feitas de forma coordenada com os demais semáforos da área. É como se um semáforo alertasse o semáforo seguinte com a dica: “Ei, tem um fluxo grande de carros a caminho.”

Durante os testes realizados na cidade de Dresden, na Alemanha, o sistema funcionou bem. A área na qual os testes foram feitos conta com 13 semáforos, 68 faixas de pedestres, uma estação de trem (que atende mais de 13 mil passageiros por dia), 7 linhas de ônibus e linhas de bonde que cruzam a rede a cada 10 minutos, em direções opostas.

De acordo com os especialistas, os novos semáforos reduziram o tempo de espera pela abertura do sinal em 56% para ônibus e bondes, 9% para carros e caminhões e 36% para as faixas de pedestres localizadas nos cruzamentos.

As autoridades de Dresden estão perto de adotar o novo sistema e a cidade de Zurique também tem interesse nesses semáforos inteligentes.

Os congestionamentos não só aborrecem os motoristas como causam perda de dinheiro e de tempo. No período de um ano, estima-se que, só nos Estados Unidos, os congestionamentos causem a perda de mais de 1 bilhão de dólares. Se somarmos o tempo perdido pelos motoristas norte-americanos durante esse período, teremos quase 500 mil anos desperdiçados.

Autor: Depois da Roda