Passará de US$ 300 milhões o faturamento da General Motors neste ano com a venda de serviços de engenharia. A receita advém de tabalhos prestados pelo Centro Tecnológico de Engenharia e Design em São Caetano – um dos cinco construídos pela montadora para desenvolvimento de produtos criados em nível global.
A prestação de serviços de engenharia não é exclusividade da GM, mas a montadora de São Caetano é uma das que mais lucram com este tipo de atividade no Brasil. “Esse faturamento reflete a importância da operação brasileira para a corporação”, afirmou o vice-presidente da GM, José Carlos Pinheiro Neto. De acordo com ele, a maior parte dos serviços é prestada para outras unidades da própria companhia ou de empresas parceiras da montadora no Exterior. “Se é prestado para nossas unidades ou não, não importa”, reforçou Pinheiro Neto. “O importante é que é contabilizado como receita, cujo registro contábil fica no Banco Central.” Entre outras atuações, engenheiros e técnicos brasileiros já trabalharam aqui no Cadillac, no Hummer e no Grand Vitara. Os serviços vão desde adaptações, desenvolvimento de autopeças e realização de testes – a montadora tem ainda em Indaiatuba (SP) um dos mais completos laboratórios e campos de provas da América do Sul.
“Se a GM não estivesse equipada aqui no Brasil para prestar esses serviços, teria de comprá-los em algum lugar. Por isso, fica registrado como receita”, disse Pinheiro Neto.
De acordo com o executivo, da mesma maneira que a General Motors em São Caetano vende serviços de engenharia, ela também acaba contratando de outras unidades da multinacional.
“Num mundo globalizado, nenhum veículo é projetado isoladamente – só com foco num mercado. Atualmente, existe processo de integração dentro de companhias de porte universal como a General Motors”, afirmou Jaime Ardila, presidente da corporação na América do Sul.
Apresentada à imprensa nesta semana, a nova presidente da GM para o Brasil, Denise Johnson, disse que pretende intensificar os serviços prestados pelo Centro Tecnológico de São Caetano. “Nós somos uma empresa de alcance global, com capacidade de usufruir da experiência local de nossas equipes”, afirmou. “Pretendemos intensificar isso no Brasil, onde vamos renovar quase todo nosso portfólio”, afirmou ela, que também é formada em engenharia.
Para evitar crise, ordem agora é foco total no consumidor
Para que a General Motors nunca mais enfrente uma crise que quase a levou à falência, Denise Johnson, nova presidente da companhia no Brasil, disse que a montadora terá de sempre manter o foco no consumidor. “Nos Estados Unidos, não soubemos identificar no momento adequado e mudar com rapidez suficiente para dar ao cliente aquilo que ele precisava”, afirmou.
Na renovação de 12 veículos que a GM fará no Brasil nos próximos meses – que acaba refletindo em toda a América do Sul -, a executiva disse que vai manter foco no consumidor. “Daqui pra frente, em qualquer mercado que atuarmos, temos de ter os produtos que o cliente quer comprar.”
Nesse processo, Denise, que também é formada e tem experiência na área trabalhista, afirmou que será importante estabelecer parcerias com sindicatos nas cidades em que a General Motors tem unidades. Uma das mais complicadas será São José dos Campos (SP), que chegou a perder o projeto da nova picape da marca por desentendimento entre a empresa e o sindicato local.
Autor: Diário do Grande ABC