Uma proposta para a revisão do Código de Transito Brasileiro (CTB), em vigor desde 1997, promete causar bastante polêmica: tornar obrigatória a instalação de temporizadores sincronizados nos semáforos para alertar os motoristas do tempo que ainda resta antes de o sinal ficar vermelho.
Mas semáforos com temporizador são ou não sinônimo de mais segurança no transito? Para o deputado Luis Carlos Manato (PDT-ES), sim – é dele a autoria do projeto 6052/09, que trata da obrigatoriedade do dispositivo equipado com radar, que está sob análise das comissões em Brasília.
O deputado diz que a luz amarela nos semáforos tradicionais “não informam ao condutor que se aproxima o tempo que ele dispõe para passar o semáforo sem incorrer em infração”.
Para, os temporizadores ajudam a evitar acidentes: “Acreditamos que a informação do tempo que lhe resta para ultrapassagem possa auxiliar na redução de acidentes, como engavetamentos. O condutor opta por frear, não raro, bruscamente. Esse ato pode causar colisões”, comenta.
A medida é polêmica. Para José Mario de Andrade, especialista em transito e diretor de Negócios Internacionais da Perkons S.A, a instalação do mecanismo pode favorecer infratores e maus condutores: “A instalação de um relógio regressivo pode contribuir para um comportamento oposto ao que visa a medida: o condutor pode aproveitar o pouco tempo do semáforo para ultrapassar o cruzamento.
Além disso, a informação adicional tira a atenção do motorista para o cenário a sua volta.”, avalia o especialista.
Para ele, a decisão do comportamento continua sendo muito subjetiva: da mesma forma que o motorista se sente estimulado a aumentar a velocidade quando o sinal está prestes a se tornar vermelho, também o fará, nos segundos finais mostrados pelo temporizador.
Para o deputado Marcelo Almeida (PMDB-PR), relator da subcomissão especial da Câmara dos Deputados responsável por analisar projetos que alteram o Código de Trânsito Brasileiro, “A maioria das infrações cometidas por motoristas remetem ao desrespeito aos limites de velocidade. Neste ponto, é possível identificar que problemas do trânsito estão relacionados ao comportamento. Incutir na cabeça das pessoas a necessidade de respeitar os limites de velocidade é atribuição que vai muito além da legislação em si”, destaca Almeida.
Com relação aos temporizadores, o deputado diz que: “Com relação à modificação proposta, vale ressaltar que a ação implicaria num investimento bastante volumoso nos municípios”.
Autor: Depois da Roda