Uma frente de tempestade que aconteceu na Amazônia em janeiro de 2005 foi responsável pela derrubada de 441 milhões a 663 milhões de árvores, mostra um estudo que ainda será publicado na revista “Geophysical Research Letters”.
Que as fortes tempestades tropicais são responsáveis pela derrubada de árvores na Amazônia é algo amplamente conhecido, mas esta é a primeira pesquisa que faz um balanço da extensão que este fenômeno pode alcançar.
No caso de 2005, tratou-se de uma frente de de 1.000 km de extensão por 200 km de largura com ventos de até 145 quilômetros por hora que varreu a região central da bacia amazônica de sudoeste a nordeste durante dois dias, causando a morte de diversas pessoas em Manaus, Manacapuru e Santarém.
Quando uma árvore de maior porte é derrubada, leva junto outras que estão ao seu redor, abrindo uma clareira no denso dossel amazônico. Os autores do novo estudo analisaram imagens de satélite em que é possível identificar as clareiras e fizeram medições de campo para entender quantas árvores são derrubadas em média de acordo com o tamanho da área afetada. Com isso, puderam fazer um cálculo aproximado do total de árvores derrubadas em toda a região.
O resultado é surpreendente porque o total de vegetação derrubada equivale a 23% do total de carbono que se acredita que a Amazônia possa acumular em um ano de crescimento. Outro ponto importante da pesquisa é mostrar que a alta mortalidade de árvores em 2005 na Amazônia não se deve apenas à grande seca que atingiu o bioma naquele ano, já que sua porção central não foi atingida. Ali, foi a passagem da tempestade que destruiu parte da vegetação.
Autor: G1